PEQUENOS GRUPOS | Unidos pela Fé em Cristo Jesus  
     
 
 
Ministração 1. O Sermão do Monte

 

TEXTO BÁSICO
“Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa.” (Mt 5.11).

 
PRÁTICA DOS PEQUENOS GRUPOS
O Sermão do Monte revela a ética do Reino de Deus que forma o caráter do cristão. Para quem deseja ser chamado discípulo de Jesus, não há alternativa senão praticá-lo.

 
LEITURA BÍBLICA
Mateus 5.1-12.


1 — Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; 2 — e, abrindo a boca, os ensinava, dizendo:

3  — Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus;

4  — bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;

5  — bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;

6  — bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;

7  — bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;

8  — bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; 9 — bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;

10        — bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus;

11        — bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa.

12        — Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.

 
INTRODUÇÃO
 

O tema deste trimestre é o Sermão do Monte, ou Sermão da Montanha. Considerado a alma do Evangelho, o ensino que Jesus transmitiu no monte se destaca pela sua dimensão prática e revela a essência de um verdadeiro seguidor de Cristo. Ao longo do trimestre, veremos que o Sermão do Monte traz um ensinamento que, em um primeiro instante, volta-se plenamente para Deus; e, noutro, revela o lado ético do divino reino: amar o próximo. Esses dois momentos perfazem os pilares da vida cristã (Mt 22.37,39).

Assim, o Sermão do Monte é um convite para praticar o que Jesus ensinou.

 
I. A ESTRUTURA DO SERMÃO DO MONTE
 

1.         Por que Sermão do Monte? A introdução do capítulo 5 de Mateus (os dois primeiros versículos) anuncia o título do Sermão do Monte. De acordo com Mateus 8.1,5 e Lucas 7.1 é admissível que esse monte estivesse perto de Cafarnaum. Geograficamente, diz-se que ele estava situado a 6,5 quilômetros a oeste do Mar da Galileia e 13 quilômetros a sudeste de Cafarnaum. No monte do sermão, nosso Senhor se assentou e ensinou aos seus discípulos.

2.         A estrutura do Sermão do Monte. Para alguns estudiosos, o Sermão do Monte se fundamenta na narrativa que começa em Mateus 1.4-16. O desdobramento dela envolve a genealogia de Jesus e os sete cumprimentos proféticos que aparecem nesse Evangelho: 1) Emanuel (1.23); 2) Nascimento em Belém (2.6); 3) O chamado do Egito (2.15); 4) O choro de Raquel (2.18); 5) Chamado de Nazareno (2.23); 6) João Batista: uma voz no deserto (3.3); 7) Uma grande luz (4.14-16). Assim, toda essa estrutura precede os cinco grandes discursos do Sermão do Monte: 1) As BemAventuranças (5.3-12); 2) Sal e luz (5.13-16); 3) Jesus é o cumprimento da Lei (5.17-48); 4) Os atos de justiça (6.1-18); 5) Declarações de sabedoria (6.19 — 7.27). Como um desdobramento da narrativa messiânica do evangelista Mateus, o Sermão do Monte deve ser compreendido e valorizado a partir da autoridade messiânica de Jesus para chamar pessoas a viver uma vida nova no Reino de Deus.

3.         A quem se destina o Sermão do Monte? Os ensinos do Sermão do Monte podem ser considerados princípios esboçados por Cristo, que revelam a verdadeira característica do seu reino messiânico. A princípio, podemos dizer que o Sermão do Monte foi direcionado aos discípulos (Lc 6.20), mas também à boa parte da multidão que o ouvia (Mt 7.28; Lc 6.17). Portanto, o Sermão do Monte é destinado a todo crente que nasceu de novo (2Co 5.17).


 
SINOPSE I

O Sermão do Monte está estruturado em cinco grandes discursos proferidos por Jesus Cristo e tem como público-alvo todo crente que nasceu de novo.

 
II. AS BEM-AVENTURANÇAS E O CARÁTER DOS FILHOS DE DEUS
 

1.         O que são as bem-aventuranças? A expressão “bem-aventurados” é um adjetivo plural grego, makarioi, que significa “felizes”. Essa expressão trata das qualidades presentes na vida dos que dependem de Deus, que estão sob seu domínio e soberania e seguem a Jesus com sinceridade. Ela ainda se refere tanto ao presente quanto ao futuro. Nesse sentido, o salvo está consciente das promessas divinas para o futuro, a fim de que viva piedosamente em Cristo e desenvolva as virtudes presentes no Sermão do Monte. Assim, nas palavras de nosso Senhor (Mt 5.1-11), as bemaventuranças são o resultado da fidelidade do crente a Deus que, em qualquer circunstância, persevera no caminho e, com isso, participa das bênçãos divinas da salvação (Ap 1.3; 14.13; 22.17).

2.         O Reino de Deus e seu caráter. No Evangelho de Mateus identificamos a chegada do Reino de Deus e a pregação de Jesus a respeito do Evangelho do Reino (3.2; 4.17,23). Mas o que seria o Reino de Deus? Na Bíblia, o Reino de Deus é comparado a uma semente, a qual se desenvolve ao longo do tempo (Mc 4.26-29), de modo que podemos falar a respeito de um Reino presente (Mt 5.3; 12.28; 19.14) e de um futuro (Mt 7.21,22; 25.34). A expressão Reino de Deus declara a soberania, reinado e governo de Deus atuando em tudo. Podemos ainda destacar pelo menos quatro conceitos que se referem a essa expressão na Bíblia:

a)         O Reino no coração. Um reinado que ocorre dentro do coração da pessoa que se rende à soberania de Deus (Lc 17.21).

b)         A chegada do Reino como salvação. Quando a pessoa passa pela experiência salvífica, desfruta de bênçãos, tanto espirituais quanto materiais, reconhece e obedece ao grande Rei (Mc 10.25,26).

c)         Igreja: a expressão do Reino de Deus. Constituída de pessoas com o coração regenerado e transformado e que, por isso, reconhecem Deus como o soberano, a Igreja é vista como a expressão do Reino de Deus (Mt 16.17-19).

d)         Toda a Criação e a volta do Senhor. A imagem bíblica do governo de nosso Senhor, em que o universo será redimido e, posteriormente, haverá novo céu e nova terra, traz consigo a dimensão do Reino de Deus (Rm 8.22,23; Ap 20.6; 21.1).

3. Os súditos do Reino de Deus. A primeira seção do Sermão do Monte (5.1-12) destaca oito qualidades que formam o caráter dos súditos do Reino de Deus: 1) o quebrantamento; 2) o choro; 3) a mansidão; 4) a retidão (justiça); 5) a misericórdia; 6) a pureza; 7) a pacificação; 8) a perseguição por causa dos valores do Reino. Logo, espera-se que os filhos de Deus manifestem essas qualidades espirituais na vida cristã pois, sem elas, não poderemos participar do reinado divino (Mt 3.8-10). Portanto, ao praticar essas qualidades do Reino, seremos chamados de “bem-aventurados”, isto é, verdadeiramente felizes.

 
SINOPSE II

Cada bem-aventurança é um traço do caráter de quem vive os valores do Reino de Deus.

 
III. SOMOS BEM-AVENTURADOS
 

1-         A beatitude na vida dos salvos. Salvo em Cristo, o seguidor de Jesus vive a beatitude (isto é, estado permanente de perfeita satisfação e plenitude; estado de felicidade e serenidade) do Sermão do Monte de maneira bemaventurada. Isso ocorre porque o discípulo de Jesus desfruta do favor de Deus e manifesta atitudes que mostram coerência com a ética do Reino de Deus: humildade, mansidão, retidão, misericórdia, pureza, pacificação, disposição para o perdão (Mt 5.1-12). É possível todo crente agir por meio dessas atitudes, pois quem passou pela experiência da salvação é transformado interiormente pela Palavra de Deus (Hb 4.12).

2-         A prova de que o cristão é bem-aventurado. O cristão que pratica as oito beatitudes do Sermão do Monte domina o “eu carnal”, vive em Cristo, entra numa nova dimensão espiritual e vive a bondade de Deus (Gl 2.20; Fp 3.7,8; Rm 12.2). Assim, no Sermão do Monte, Jesus Cristo ensina que a verdadeira felicidade nada tem a ver com o que o homem moderno deseja: dinheiro, ambição e poder. A felicidade bíblica se revela em quem ama o seu inimigo, bendiz o que maldiz, faz o bem ao que o odeia e ora pelos que o maltratam e perseguem (Mt 5.44).

 
SINOPSE III

O Sermão do Monte esclarece que as bem-aventuranças são a verdadeira felicidade para quem nasceu de novo.  

 
CONCLUSÃO

O Sermão do Monte é a base ética do Reino de Deus. Nele, constatamos o lado divino de uma atitude amorosa do cristão para com Deus, bem como para com o próximo. Se cada crente fizesse do Sermão do Monte o seu norte ético de vida, as polêmicas não teriam lugar entre nós, não haveria espaço para meras opiniões intelectivas, visto que o propósito desse sermão é que cada crente seja como Deus quer que ele seja.