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Ministração 12: As Epístolas instruem e formam os cristãos

TEXTO BÁSICO
 
“A graça, a misericórdia, a paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, sejam convosco na verdade e amor” (2Jo 1.3).
 
PRÁTICA DOS PG's
 
As epístolas apresentam instruções vitais para a compreensão da doutrina cristã, bem como para a formação dos cristãos.
 
LEITURA BÍBLICA
 
1 Coríntios 1.1-3; 1 Pedro 1.1,2; 2 João 1.1-3.
 
1 Coríntios 1
1    — Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus) e o irmão Sóstenes,
2    — À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso:
3    — graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
 
1 Pedro 1
1    — Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia;
2    — Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.
 
2 João 1
1    — O ancião à senhora eleita e a seus filhos, aos quais amo na verdade e não somente eu, mas também todos os que têm conhecido a verdade,
2    — Por amor da verdade que está em nós e para sempre estará conosco. 3 — A graça, a misericórdia, a paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor.
 
INTRODUÇÃO
 
As Epístolas correspondem a 21 dos 27 livros do Novo Testamento. As treze escritas por Paulo são denominadas de “paulinas”. As oito epístolas restantes são de outros autores e designadas de “gerais”. Nesta lição, agrupamos as Epístolas por temas e autoria, e destacamos alguns de seus aspectos doutrinários.
 
 
I. COMO AS EPÍSTOLAS PAULINAS NOS INSTRUEM
 
1.    Instruções salvíficas. Nesse grupo, enfatizamos os aspectos da doutrina da salvação. Aos Romanos destaca-se que “o justo viverá pela fé” (Rm 1.17). Cristo nos libertou do pecado mediante seu sacrifício remidor. Dessa forma, pela fé em Cristo, somos declarados justos (Rm 3.23-25). Aos Gálatas, Paulo assevera que ninguém é “justificado pelas obras da lei” (Gl 2.16), e que somente a fé em Cristo nos liberta do jugo do pecado (Gl 5.1). Em 1Coríntios ressalta-se a mensagem do “Cristo crucificado” (1Co 1.23), que morreu pelos nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia (1Co 15.3-4). Em 2Coríntios frisa-se o ministério da reconciliação” (2Co 5.18), em que Cristo levou os nossos pecados e nos reconciliou com Deus (2Co 5.19-21).
2.    Instruções a respeito de Cristo. Nesse enfoque, o destaque são os aspectos da doutrina de Cristo. Aos Efésios, o tema é “Cristo, como cabeça — e a Igreja, o seu corpo” (Ef 1.22,23). Nesse sentido, a Igreja foi eleita em Cristo (Ef 1.4) e redimida em Cristo (Ef 1.7) para a glória de Cristo (Ef 1.12). Aos Filipenses, a mensagem enfatiza que “o viver é Cristo” (Fp 1.21). Ele é o segredo da verdadeira alegria e o modelo de vida para o salvo (Fp 1.4; 2.2-16). Aos Colossenses, Paulo sublinha que a “vossa vida está escondida com Cristo” (Cl 3.3). A igreja está unida em Cristo, morta e ressuscitada com Cristo (Cl 2.2,10,20; 3.1). Em suma, Cristo é a suficiência para todo o cristão.
3.    Instruções sobre as últimas coisas. Esses ensinos enfatizam os aspectos da vinda de Jesus. Em 1 Tessalonicenses, Paulo ensina que no retorno de Cristo “nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados” (1Ts 4.17), sendo necessário, para esperar o Senhor, conservar irrepreensível o espírito, a alma e o corpo (1Ts 5.23). Em 2 Tessalonicenses, o apóstolo esclarece que, após o arrebatamento da Igreja, o “Dia do Senhor” se iniciará com a manifestação do Anticristo (2Ts 2.2,3,8). Enquanto o salvo aguarda a volta de Cristo, deve orar para que o Evangelho tenha livre curso, e vigiar para não viver desordenadamente (2Ts 3.1,11,12). As duas epístolas alertam a respeito da necessidade de preparar-se para a vinda do Senhor.
4.    Instruções pastorais e pessoais. As Epístolas particulares abrangem instruções de natureza prática. Dentre outros temas, em 1 Timóteo, Paulo orienta o combate às heresias por meio da “sã doutrina” (1Tm 1.3,9,10). Em vista disso, o líder deve ser apto para ensinar (1Tm 3.2; 4.13,16). Em 2 Timóteo ratifica-se que o obreiro deve manejar “bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15) a fim de produzir arrependimento nos que resistem (2Tm 2.25). Em Tito, o pastor deve contrapor os falsos ensinos (Tt 1.5,10,11), e para tanto é exortado a falar “o que convém à sã doutrina” (Tt 2.1). Em Filemom, a mensagem enfatiza o perdão. O transgressor arrependido deve ser recebido “mais do que servo, como irmão amado” (Fm 1.16).
 
SINOPSE I
As epístolas paulinas nos instruem a respeito de Cristo, sobre as últimas coisas e trazem instruções pastorais e pessoais.
 
 
II. COMO AS EPÍSTOLAS GERAIS NOS FORMAM
 
1.    As Epístolas de Pedro. 1 Pedro aborda o sofrimento cristão (1Pe 1.6). Ela ensina que as provações fortalecem a fé (1Pe 1.7), que é preciso santificar-se (1Pe 1.15), suportar os agravos (1Pe 2.19) e alegrar-se nas aflições (1Pe 4.13). Assegura que o próprio Deus é quem aperfeiçoa, confirma, fortifica e estabelece o crente fiel (1Pe 5.10). Em 2Pedro, a mensagem faz alerta aos ensinos dos falsos mestres, tais como: negar a divindade e a segunda vinda de Cristo (2Pe 2.1; 3.4). Pedro contesta tais heresias, ratifica que Jesus é o Filho de Deus (2Pe 1.16,17) e anima a Igreja a manter-se imaculada até a volta do Senhor (2Pe 3.14).
2.    As Epístolas de João. 1 João adverte sobre o falso ensino que negava a encarnação de Jesus (1Jo 1.1; 4.2,3) e as demais heresias gnósticas (1Jo 5.13-21). Explica que o salvo deve viver em comunhão com os irmãos (1Jo 1.6,7); afastar-se da prática do pecado (1Jo 2.1; 3.7); amar uns aos outros (1Jo 4.11); e vencer o mundo por meio da fé (1Jo 5.4). Em 2João, as heresias do docetismo e gnosticismo são novamente refutadas (2Jo 1.7,8). A Igreja é exortada a perseverar na doutrina de Cristo (2Jo 1.9) e a usar de sabedoria ao receber pessoas em casa (2Jo 1.10,11). Em 3João destaca-se a fidelidade de Gaio e Demétrio (3Jo 1.5-8,12) e a reprovação do mau testemunho de Diótrefes (3Jo 1.9,10). Por fim, João adverte ao cristão: “não sigas o mal, mas o bem” (3Jo 1.11).
3.    As outras Gerais. Aos Hebreus, a ênfase repousa na supremacia de Cristo (Hb 1.1). Ele é o Sumo-Sacerdote que por seu próprio sangue executou uma eterna redenção (Hb 9.11,12). Desse modo, o crente é estimulado a olhar para Cristo, o “autor e consumador da fé” (Hb 12.2). Em Tiago, o autor esclarece que “a fé sem obras é morta” (Tg 2.26). Acentua que a fé deve ser mostrada em ações (Tg 2.14). Por isso, o texto adverte o cristão a ser praticante da Palavra, e não somente ouvinte (Tg 1.22). Em Judas, o salvo é exortado a “batalhar pela fé” (Jd 1.3). Isso por causa dos hereges infiltrados na Igreja (Jd 1.4). Assim, o crente é instruído a orar e a preservar a esperança da vida eterna (Jd 1.20,21).
 
SINOPSE II
As epístolas gerais advertem o crente a respeito da santificação, dos falsos ensinos; e enfatizam a supremacia de Cristo e a esperança da vida eterna.
 
 
III. AS EPÍSTOLAS CONTINUAM A FALAR
 
1.    A doutrina da justificação. A doutrina da justificação ensina que o pecador é justificado (absolvido da punição do pecado) unicamente pela fé na graça divina (Rm 5.1,2). Significa dizer que as obras humanas não podem salvar (Gl 2.16). Nossa Declaração de Fé professa crer na restauração do homem por meio do arrependimento e da fé (Rm 3.23,24), no Novo Nascimento pela graça de Deus mediante a fé (Ef 2.8,9) e na justificação pela fé no sacrifício de Cristo (Hb 10.12). Essa é uma doutrina fundamental da fé cristã.
2.    A doutrina da santificação. A doutrina da santificação implica uma vida separada do pecado (1Pe 1.15,16). Nossa Declaração de Fé ensina que, já salvo e justificado, o novo crente entra de imediato no processo de santificação (Rm 6.22; 1Ts 4.3). Porém, essa transformação vai sendo aperfeiçoada durante a jornada do cristão (2Co 3.18; Fp 1.6). Desse modo, o crente precisa ser santificado pelo Espírito (1Pe 1.2), purificar-se tanto da carne como do espírito (2Co 7.1), pois sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
3.    A doutrina da glorificação. A doutrina da glorificação é a última etapa de nossa salvação (Rm 8.17,30). Nesse processo, o pecador é salvo pela graça, justificado pela fé, santificado pelo Espírito, e prossegue até “à medida da estatura de Cristo” (Ef 4.13). Quer dizer que ao final do processo da salvação a glória perdida no Éden, pelo primeiro Adão, será restaurada (1Co 15.45). Trata-se de uma promessa da futura transformação de nosso corpo mortal em corpo glorioso (Fp 3.21), que se dará por ocasião da vinda do Senhor (1Co 15.52-54).
 
 
SINOPSE III
A mensagem das epístolas permanece atual: ressalta a justificação, santificação e glorificação do crente.
 
 
CONCLUSÃO
 
As Epístolas são livros divinamente inspirados e representam quase 80% do cânon do Novo Testamento. O conjunto de doutrina dessas epístolas, revelado aos seus diversos autores, continua a instruir o povo de Deus, a formar o caráter do crente salvo em Jesus, e a preparar a Igreja para a vinda do Senhor.