PEQUENOS GRUPOS | Unidos pela Fé em Cristo Jesus  
     
 
 
Ministração 11. O modelo pentecostal para hoje

TEXTO BÁSICO
 
“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At 2.4).
 
PRÁTICA DOS PG's
 
A atividade do Espírito Santo e suas implicações na vida cristã são o padrão bíblico adotado pelo crente pentecostal.
 
LEITURA BÍBLICA
 
Lucas 1.21,22; Atos 2.1-4.
 
Lucas 1
21    — E o povo estava esperando a Zacarias e maravilhava-se de que tanto se demorasse no templo.
22    — E, saindo ele, não lhes podia falar; e entenderam que tivera alguma visão no templo. E falava por acenos e ficou mudo.
 
Atos 2
1    — Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
2    — E, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
3    — E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
4    — E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
 
INTRODUÇÃO
 
Lucas-Atos são dois volumes de autoria do médico amado (Cl 4.14). Os relatos são escritos a partir de premissas históricas e teológicas. Registram que a unção do Espírito que repousava em Jesus, também foi concedida à Igreja (At 2.33). Desde o Pentecostes, o derramar do Espírito Santo permanece como modelo para a Igreja de Cristo.  
 
 
I. O EVANGELHO DE LUCAS: O ESPÍRITO SANTO NO MINISTÉRIO DE CRISTO
 
1.    O Espírito Santo no Evangelho. Lucas registra os fatos acerca da vida e obra de Cristo (Lc 1.1-3). O evangelista enfatiza o papel do Espírito no advento do Messias. A ação do Espírito é percebida na vida do precursor de Cristo, João Batista (Lc 1.13,15); na vida de Isabel e Zacarias - seus pais (Lc 1.13,67); na concepção virginal de Maria (Lc 1.35); e na vida de Simeão ao conhecer o Messias antes de morrer (Lc 2.25-32). O Evangelho ainda ressalta o poder de Cristo em batizar no Espírito Santo e com fogo (Lc 3.16).
2.    O Espírito Santo e o batismo de Cristo. Ao descrever o batismo de Jesus no Jordão, Lucas informa que estando o Senhor orando, o céu se abriu (Lc 3.21), o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba (Lc 3.22a); e uma voz do céu dizia: “Tu és o meu Filho amado” (Lc 3.22).
O evento da descida do Espírito e a voz que o identificava como Filho de Deus tinham como propósito marcar o início do ministério público de Jesus (Lc 4.1,14,18). Também serviram como sinal para João Batista confirmar que Jesus era o Cristo (Jo 1.32,33).
3.    O Espírito Santo e a tentação de Cristo. Após o batismo nas águas, e
cheio do Espírito Santo (Lc 4.1a). Jesus foi impelido pelo Espírito ao deserto, e lá foi tentado pelo Diabo durante quarenta dias (Lc 4.1b; 4.2a). Nesse período, manteve a comunhão com o Pai, e se fortaleceu por meio da oração e do jejum (Lc 4.2b). A vitória do Senhor sobre a tentação demonstra que Ele estava capacitado para cumprir o seu ministério. Cristo venceu o Diabo pelo poder do Espírito e da Palavra de Deus (Lc 4.4,8,12,13).
4.    O Espírito Santo e a missão de Cristo. Vencida a tentação no deserto, Jesus voltou à Galileia, conduzido pelo Espírito (Lc 4.14). Após ministrar em alguns lugares, dirigiu-se para Nazaré (Lc 4.15,16). Na sinagoga, ao abrir o rolo de Isaías, leu a passagem que dizia: “O Espírito do Senhor é sobre mim” (Lc 4.18; cf. Is 61.1,2). Ao terminar a leitura, o Senhor afirmou: “hoje se cumpriu esta Escritura” (Lc 4.21). Aqui, o Senhor declara que a unção do Espírito qualifica seu ministério para evangelizar, curar, libertar e restaurar os pecadores (Lc 4.18,19).
 
SINOPSE I
A unção do Espírito Santo esteve presente na vida e ministério do Senhor Jesus, capacitando-o a cumprir a missão para a qual Deus Pai o havia enviado.
    
II. ATOS DOS APÓSTOLOS: O ESPÍRITO SANTO NO MINISTÉRIO DA IGREJA
 
1.    O Espírito Santo em Atos. Ao concluir o Evangelho, Lucas anota que Jesus instruiu os discípulos a esperarem o revestimento de poder do alto (Lc 24.49). Após o Senhor ter sido elevado aos céus, o livro de Atos dá prosseguimento a essa narrativa (At 1.1-4). O autor ratifica que o derramamento do Espírito era a capacitação necessária para a evangelização dos povos (At 1.8). Relata que cerca de 120 discípulos voltaram a Jerusalém e, em oração, aguardaram o revestimento de poder (At 1.12-15). Portanto, Atos registra a ação do Espírito na inauguração histórica da Igreja como agência de Cristo. Trata-se da continuação da obra de Jesus por meio dos discípulos capacitados pelo Espírito Santo (At 2.38).
2.    A promessa cumprida no Pentecostes. O batismo no Espírito Santo remonta a profecia de Joel (Jl 2.28). Cristo a ratificou como sendo “a promessa do Pai” (At 1.4). O cumprimento se deu no dia de Pentecostes (At 2.1). Os discípulos foram cheios do Espírito Santo e falaram em outras línguas (At 2.4). Sinais sobrenaturais marcaram o advento do Espírito Santo: o “som como de um vento” (At 2.2); as “línguas como que de fogo” (At 2.3). Desses fenômenos, somente o falar em línguas se repetiria nos demais registros de Atos. Desse modo, a partir do Pentecostes, os discípulos começaram a pregar pelo poder do Espírito. Muitas maravilhas e sinais eram operados, e as almas eram alcançadas (At 2.43,47).
3.    A expansão da Igreja Primitiva. O poder do Espírito capacitou os crentes para o serviço cristão. Já no primeiro sermão, Pedro anunciou Cristo com intrepidez, e quase 3.000 almas se converteram (At 2.36,38,41). Após a cura do coxo à porta do Templo, e a ministração da Palavra, quase 5.000 se renderam ao Senhor (At 3.8,19; 4.4). Felipe, na virtude do Espírito, pregou em Samaria, e vidas foram salvas (At 8.5-13). Cornélio e sua casa receberam o Evangelho pelo mover do Espírito (At 10.24-29). Paulo, cheio do Espírito, alvoroçou o mundo, e milhares de almas foram salvas e curadas pela pregação do Evangelho (At 9.15,17; 17.6; 19.10; 24.5). Esses relatos demonstram a ação do Espírito Santo na propagação do Reino de Deus.
 
SINOPSE II
A manifestação do Espírito Santo em Atos dos Apóstolos revela a inauguração da história da Igreja como agência de Cristo.
 
 
III. UM MODELO PENTECOSTAL PARA A IGREJA DE NOSSOS DIAS
 
1.    O revestimento de poder do alto. Pedro ensina que essa promessa está em vigor para todos os salvos, em todas as épocas (At 2.38,39). A experiência pode ocorrer junto ou após à regeneração (At 8.15-17; 10.44-46). Ressalta-se que, no Pentecostes, os discípulos já tinham o Espírito Santo (Jo 20.22). Todo salvo em Jesus recebe o Espírito Santo na conversão (Gl 3.2). Porém, o batismo no Espírito Santo é algo distinto do Novo Nascimento; significa o recebimento de poder espiritual para realizar a obra da expansão do Evangelho (At 1.8), para uma vida cristã vitoriosa (At 6.8-10) e adoração mais profunda (1Co 14.26). Em vista disso, a exemplo dos primeiros cristãos, a igreja hodierna deve buscar o revestimento de poder (Lc 11.13).
2.    As línguas como evidência inicial. A palavra “glossolalia”, de origem grega, indica que as “línguas” concedidas pelo Espírito podem ser humanas ou celestiais (1Co 13.1). No Pentecostes, os discípulos falaram “línguas” (At 2.4). Em Cesareia, o centurião e a família falaram “línguas” (At 10.46). Os irmãos em Éfeso falaram “línguas” (At 19.6). Em Samaria, e na vida de Paulo, as “línguas” estão implícitas (At 8.17,18; 9.17). Assim sendo, o “falar em línguas” é a evidência inicial do Batismo no Espírito Santo. As línguas só cessarão quando Cristo voltar (1Co 13.8-10). Por isso, a instrução bíblica diz: “procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas” (1Co 14.39).
3.    A plenitude do Espírito Santo. A experiência pentecostal não ficou restrita ao tempo dos Apóstolos (At 2.39). A expressão “do meu Espírito derramarei” (At 2.17) aponta para o início da dispensação do Espírito, e mostra que a efusão será contínua até “o grande e glorioso dia do Senhor” (At 2.20). A plenitude abrange o “fruto do Espírito” (Gl 5.22) e as manifestações espirituais, tais como: as profecias, sonhos, visões, prodígios e sinais (At 2.17,19). Assim, o Espírito permanece em ação na vida da Igreja. Ele é que capacita e conduz o povo de Deus (Jo
16.13,14). Em razão disso, a Bíblia ensina “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
 
SINOPSE III
A experiência pentecostal permanece atual na igreja, mostrando-se evidente na manifestação dos dons espirituais.
 
 
CONCLUSÃO
 
Lucas descreve a capacitação do Espírito Santo no ministério de Jesus, e no ministério da Igreja. Esse revestimento de poder na vida do crente não é apresentado como dom para salvação, mas como a unção dos salvos para o testemunho e o serviço cristão. Esse é o padrão bíblico adotado pelo pentecostal submisso ao ensino das Escrituras Sagradas.