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Ministração 3: Jó e a realidade de Satanás |
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TEXTO CENTRAL “E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles” (Jó 1.6). VERDADE CENTRAL Segundo as Escrituras, Satanás é um ser real, portador de personalidade e só o venceremos com as armas espirituais. LEITURA BÍBLICA Jó 1.6-12; 2.4,5. Jó 1 6 — E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles. 7 — Então, o SENHOR disse a Satanás: De onde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela. 8 — E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal. 9 — Então, respondeu Satanás ao SENHOR e disse: Porventura, teme Jó a Deus debalde? 10 — Porventura, não o cercaste tu de bens a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e o seu gado está aumentado na terra. 11 — Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti na tua face! 12 — E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR. OBJETIVO GERAL Destacar que Satanás não é um ser auto existente, mas criado; e que sua ação não se sobrepõe a soberania de Deus. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • I. Explicitar que o Livro de Jó não procura explicar a origem de Satanás, mas que seus atributos revelam quem ele é; • II. Afirmar que as obras do Diabo são visíveis e que o Livro de Jó revela sua natureza maligna; • III. Sublinhar o ocaso do Diabo, isto é, seus intentos sobre Jó não foram alcançados. INTRODUÇÃO Uma das constatações que o leitor logo chega ao ler o Livro de Jó é que o Diabo existe. Ele é um ser real. Todo o mal descrito poeticamente no livro é visto a partir da realidade de Satanás. Todo sofrimento experimentado pelo homem de Uz, mesmo sem a consciência histórica disso, foi motivado por uma ação maligna. Ali, o Diabo assume o caráter pessoal de uma criatura. Nesse aspecto, o livro mostra como o Diabo pode interferir na vida humana. Portanto, nesta lição abordaremos algumas questões relativas à existência e à realidade de Satanás a partir do contexto de Jó. PONTO CENTRAL O Diabo é um ser espiritual, mas não é auto existente. I. O LIVRO DE JÓ E A NATUREZA DE SATANÁS 1. Um ser espiritual. O Livro de Jó não procura provar a origem do Diabo, mas o revela como um ser real. O livro destaca algumas características da natureza de Satanás que nos permitem conhecê-lo melhor. Em primeiro lugar, conforme o livro apresenta, o Diabo é um ser espiritual e encontra-se na mesma categoria dos anjos, representada no texto pela expressão “os filhos de Deus” (Jó 1.6). Os anjos são seres espirituais que não pertencem à dimensão natural, mas à sobrenatural. Isso explica, por exemplo, a capacidade da rápida locomoção do Diabo quando rodeava a Terra e passeava por ela (Jó 1.7). 2. Um ser criado. Satanás é um ser criado. Mesmo sendo um anjo, dotado de natureza espiritual, ele não é auto existente. Ao contrário de Deus, que criou todas as coisas, o anjo que se tornou Satanás teve uma origem. Nem sempre o Diabo foi Diabo. Ele fora um anjo bom como os demais. Assim, ele é uma criatura, não o Criador. Por isso, o livro revela que Satanás tem suas ações limitadas por Deus. Ele pode fazer muitas coisas, mas não tudo (Jó 1.12; 2.7). Como ele não é auto existente e, semelhante às outras criaturas que povoam o universo, não é um ser incriado, o Diabo é uma criatura limitada. 3. Um ser dotado de personalidade. Além do fato de ser um ente espiritual, o Diabo é dotado também de personalidade. Ele é uma pessoa e se apresenta como tal. No Livro de Jó o vemos assumindo atributos de um ser pessoal. Ele fala e possui capacidade argumentativa (Jó 1.9-11). Essa mesma característica aparece de forma mais explícita na tentação de Cristo (Mt 4.1-11; Lc 4.1-13). No livro, além de se expressar verbalmente, Satanás também demonstra possuir conhecimento. Ele sabe o que se passa na Terra e como se comportam os homens. Ele conhecia a vida de Jó. Isso faz dele um ser perspicaz. O apóstolo Paulo sabia que o Diabo é um ser que possui perspicácia quando disse não lhe ignorar os “ardis” e que ele se valia de métodos sofisticados para atingir as pessoas (2Co 2.11; Ef 6.11). Assim, Satanás usou de seu conhecimento e perspicácia para atacar Jó. SÍNTESE DO TÓPICO (I) O Diabo é um ser espiritual criado e dotado de personalidade. II. O LIVRO DE JÓ E AS OBRAS DE SATANÁS 1. Dor e sofrimento. A introdução do Livro de Jó apresenta Satanás como um ser capaz de agir contra o ser humano (Jó 1.12; 2.6). Através de suas ações é possível conhecer a natureza maligna de suas obras. É da natureza do Diabo provocar dor e sofrimento aos seres humanos. No livro, Satanás impõe ao patriarca um sofrimento, até então, sem precedentes, pois ninguém sofreu como Jó no Antigo Testamento. Primeiramente, o Diabo atingiu as posses dele, o que fez o patriarca sofrer ao ver o seu patrimônio destruído repentinamente. Da mesma forma, houve grande sofrimento em Jó quando ele viu a tragédia se abater sobre sua casa, pois sua família foi devastada. Entretanto, o sofrimento do homem de Uz não cessou com a perda da família. O Diabo o infligiu com uma doença que o fez padecer dor e isolar-se de todos. 2. Acusar. O Diabo é capaz de infligir dor e sofrimento, mas não só isso. Ele também acusa. Faz parte de sua natureza acusar. Foi o que ele fez com Jó (Jó 1.10,11). O Diabo o acusou de praticar uma religiosidade motivada por interesse. Assim como fez, posteriormente, com o apóstolo Pedro, querendo cirandá-lo (Lc 22.31,32), o Diabo quis fazer o com Jó. O livro do Apocalipse mostra a acusação como a missão do Diabo (Ap 12.10). 3. Tentar. Por outro lado, devemos destacar a atuação de Satanás na tentação para o mal. Também faz parte de sua natureza tentar pessoas. Pelo texto sagrado, podemos inferir que o Diabo impulsionou os sabeus e os caldeus, povos até então nômades, a dizimarem os bens de Jó (vv.12,14,17). É uma característica do Diabo incitar e tentar para o mal (1Cr 21.1). SÍNTESE DO TÓPICO (II) No Livro de Jó, as obras de Satanás são representadas pela dor, sofrimento, acusação e tentação. III. O LIVRO DE JÓ E O OCASO DE SATANÁS 1. Queda e ruína de Satanás. O vocábulo “ocaso”, quando usado em sentido figurado, é definido pelo Dicionário Aurélio como “fim, final, queda e ruína”. O Livro de Jó retrata de forma nítida o ocaso final de Satanás. A vitória de Jó foi uma derrota para ele. Em quase todo o livro, Deus se mantém em silêncio e oculto, mesmo o leitor tendo consciência que Ele está lá e que o seu silêncio fala alto. Por outro lado, o Diabo não aparece mais a partir do capítulo 3 e não é mais mencionado no restante do livro. Não é, pois, propósito do livro pô-lo em evidência, nem tampouco superestimar o mal. O Livro de Jó mostra que Satanás não conseguiu o seu intento, que era fazer com que Jó blasfemasse. 2. Jó e o testemunho de Deus. O Livro tem um início dramático, mas um final apoteótico. Jó foi submetido a uma prova de fogo, e mesmo sendo chamuscado pelas chamas do sofrimento, saiu vivo e vitorioso. Deus nunca o abandonou. A graça estava oculta, mas estava lá. No momento oportuno ela se manifestou (Jó 38.1). Da mesma forma que a graça de Deus se manifestou trazendo salvação a todos os homens (Tt 2.11), ela também se manifestou trazendo alívio, paz e livramento a Jó. Deus mesmo, no momento certo, testemunhou que Jó era o homem que Ele sempre disse que era: justo, reto e temente a Deus (Jó 42.7,8). SÍNTESE DO TÓPICO (III) O Livro de Jó mostra indiretamente o ocaso do Diabo, e, ao mesmo tempo diretamente, o testemunho de Deus a respeito de Jó. CONCLUSÃO O Livro de Jó, mesmo poeticamente, apresenta Satanás de forma real, e a partir da revelação divina na história bíblica. Dessa forma, Satanás é um ser dotado de personalidade. Ele possui grande conhecimento e age com perspicácia. Não deve, portanto, ser ignorado. Todavia, mesmo o livro tendo deixado esse fato em oculto, Jó sempre esteve debaixo das soberanas mãos de Deus. O Maligno não o tocou como quis, mas apenas da forma que Deus permitiu. Isso nos lembra a afirmação de João (1Jo 5.18). Por isso devemos descansar em Deus.
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