PEQUENOS GRUPOS | Unidos pela Fé em Cristo Jesus  
     
 
 
Ministração 8: As causas da desunião devem ser eliminadas

 
TEXTO ÁUREO
 
“Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” (Sl 133.1).
 
VERDADE PRÁTICA
 
A união é uma força indispensável para a Igreja. É um testemunho diante do mundo e um estímulo para o crescimento da obra de Deus.
 
LEITURA BÍBLICA
 
Neemias 5.1,6-12.
 

1 — Foi, porém, grande o clamor do povo e de suas mulheres contra os judeus, seus irmãos.
6    — Ouvindo eu, pois, o seu clamor e essas palavras, muito me enfadei.
7    — E considerei comigo mesmo no meu coração; depois, pelejei com os nobres e com os magistrados e disse-lhes: Usura tomais cada um de seu irmão. E ajuntei contra eles um grande ajuntamento.
8    — E disse-lhes: Nós resgatamos os judeus, nossos irmãos, que foram vendidos às gentes, segundo nossas posses; e vós outra vez venderíeis vossos irmãos ou vender-se-iam a nós? Então, se calaram e não acharam que responder.
9    — Disse mais: Não é bom o que fazeis: Porventura, não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos gentios, os nossos inimigos?
10    — Também eu, meus irmãos e meus moços, a juro, lhes temos dado dinheiro e trigo. Deixemos este ganho.
11    — Restitui-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas, como também o centésimo do dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que vós exigis deles.
12    — Então, disseram: Restituir-lho-emos e nada procuraremos deles; faremos assim como dizes. Então, chamei os sacerdotes e os fiz jurar que fariam conforme esta palavra.
 
OBJETIVO GERAL
 
Destacar que a união é indispensável para o crescimento e sustentabilidade da obra de Deus.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 
•    I. Explicar que a união caracterizada no período pós-exílio serve de referência para a Igreja;
•    II. Expor a injustiça social que ameaçava a união dos judeus nos tempos de Neemias;
•    III. Mostrar as medidas adotadas por Neemias para manter o povo unido em só propósito.
 
INTRODUÇÃO
 
Veremos nesta lição um conflito que surgiu entre diferentes classes sociais, e como o problema foi solucionado.
 
PONTO CENTRAL

Cristo derrubou o muro da separação que havia entre gentios e judeus, tornando-os uma verdadeira “Família de Deus”.    
 
I. A UNIÃO CARACTERIZAVA OS JUDEUS LIBERTOS DO CATIVEIRO
 
1. Qual era a base desta união?

a.    Todos eram do mesmo povo, e confessavam a sua fé no único Deus verdadeiro. O altar havia sido renovado, o Templo levantado, e o culto a Deus restaurado, conforme os ritos da lei.

b.    Todos haviam experimentado o despertamento que se havia iniciado pelo rei Ciro. Todos haviam cooperado ativamente para a restauração da cidade de Jerusalém.

2. Esta união entre os judeus simboliza a união que deve haver na Igreja de Deus (Gl 6.16). Também na Igreja há muitas coisas unificantes. Todos experimentaram o novo nascimento. Todos que nasceram de novo amam aos que são nascidos por Ele — Jesus. Todos na Igreja são aproximados uns dos outros, porque Cristo derrubou o muro da separação que havia entre gentios e judeus, tornando-os uma verdadeira “Família de Deus” (Ef 2.12-19). Esta união não se baseia em nacionalidade, nível social ou cultural, mas todos são UM EM CRISTO (Gl 3.28). No meio da Igreja opera o Espírito Santo, o qual faz com que todos se tornem um coração e uma alma (At 4.32). Quando a Igreja vive cheia do Espírito Santo, a união funciona em sua plenitude, e, então, ela se torna uma antessala do céu. Consideremos algumas bênçãos decorrentes da união:

a.    Os crentes sentem apoio espiritual para a sua vida. Muitos crentes vivem cercados de pessoas que são contrárias à sua fé. São alvos de críticas e de isolamento, seja no trabalho, na escola ou na família. Que riqueza então é chegar à igreja e encontrar o ambiente fraternal e a união que predomina entre os irmãos! Ouçamos o que diz o salmista: “Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união…” (Sl 133.1).

b.    Na igreja levamos as cargas uns dos outros (Gl 6.2). Existem cargas que cada um tem de levar sozinho (Gl 6.5). Mas existem também cargas em que podemos ajudar uns aos outros. Que bênção na hora de aperto, saber que a igreja pode ajudar em oração!

c.    A união nos faz fortes. Uma ovelha sozinha é facilmente arrebatada, mas quando está com o rebanho é protegida. Uma pedra sozinha, pode ser levada ou jogada, porém, quando estiver edificada dentro do muro, é mais difícil tirá-la (1Pe 2.4,5).

d.    Uma igreja que vive em união, tem um testemunho maravilhoso. Jesus disse que através dessa união o mundo conheceria que Ele foi enviado por Deus (Jo 17.21,23; 13.35). Pela união o mundo conhecerá também os verdadeiros discípulos de Jesus (Jo 13.35).

3. Esta união é uma verdadeira força. Foi por causa da união que os judeus, numericamente inferiores aos seus inimigos, conseguiram construir o Templo, e também os muros da cidade. Esta união é também o segredo da vitória da Igreja. O santo óleo desce da cabeça do Sumo Sacerdote Jesus Cristo, e os crentes vivem em união (Sl 133.1,2). Jesus disse: “Eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam UM” (Jo 17.22). Sejamos, pois, UM; assim como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são UM (1Jo 5.7). O autor de Eclesiastes já dizia: “O cordão de três dobras não se quebra tão depressa” (Ec 4.12).
 
 
SÍNTESE DO TÓPICO (I)

O mistério da Igreja de Cristo formada pela união entre judeus e gentios estivera em oculto desde a eternidade.  
 
II. A UNIÃO ENTRE OS JUDEUS ESTAVA AMEAÇADA
 
1.    Qual era a ameaça? Tratava-se de uma grande injustiça social. Financeiramente, a vida dos que voltaram da Babilônia era bem difícil. Muitos eram obrigados a tomar dinheiro emprestado, não só para seu sustento, como também para pagar o imposto do governo. Tomavam emprestado dos seus irmãos mais ricos, os quais cobravam juros altos, até mesmo com usura. Quando os mais pobres não conseguiam pagar os empréstimos tomados, os irmãos mais ricos executavam as dívidas, tomando as casas, as terras, e até mesmo os filhos e as filhas dos devedores (Ne 5.1-5). Isto foi causa de grande clamor entre os Judeus. Este assunto chegou ao conhecimento de Neemias, o qual ficou muito enfadado (Ne 5.6).

2.    Como se explica esta grande injustiça?

a.    Em primeiro lugar era uma expressão de FALTA DE AMOR dos mais ricos para com os mais pobres. Desta forma os mais ricos pecavam contra seus irmãos mais pobres, não lhes dando o devido valor. A Bíblia diz que cada um deve considerar “os outros superiores a si mesmo” (Fp 2.3), e que devemos suportar “uns aos outros em amor” (Ef 4.2). Por falta de amor, os ricos chegaram a cobrar juros com usura, coisa proibida na lei (Lv 22.36; Êx 22.25). O assunto é muito sério, porque a Bíblia diz que quem peca contra o irmão, peca contra Cristo (1Co 8.12).

b.    A atitude dos ricos era uma expressão de DUREZA CONTRA SEUS IRMÃOS. Eles queriam ficar ainda mais ricos às custas da miséria de seus irmãos mais pobres. Não lhes importava o choro de seus irmãos (Ne 5.1). “A opressão faz endoidecer até o sábio” (Ec 7.7).  
 
SÍNTESE DO TÓPICO (II)

A injustiça social era uma expressão da falta de amor dos mais ricos para com os mais pobres.
   
III. NEEMIAS SOLUCIONOU O PROBLEMA
 
1.    Neemias convocou um grande ajuntamento (Ne 5.8). Reuniu o povo e lembrou a todos que os irmãos mais pobres estavam sendo literalmente escravizados. Confrontou-os com sua injustiça, perguntando-lhes: “Venderse-iam a nós? Então se calaram e não acharam o que responder” (Ne 5.8).

2.    Neemias fez uma proposta conciliadora. “Deixemos este ganho. Restituílhes hoje!” (Ne 5.10,11). Neemias inclui-se na proposta. Ele e seus auxiliares haviam emprestado a juro (notem bem, a juro mas não com usura!), e Neemias estava disposto a não receber os juros (Ne 5.10).

3.    A proposta de Neemias foi acatada. “Restituir-lho-emos, e nada procuraremos deles; faremos assim como dizes” (Ne 5.12). Neemias fez com que jurassem diante dos sacerdotes que assim fariam (Ne 5.12). Um ato simbólico de Neemias confirmou aquele juramento solene (Ne 5.13).  
 
SÍNTESE DO TÓPICO (III)

A convocação de Neemias para a conciliação. 
 
IV. A PAZ VOLTOU A REINAR ENTRE OS JUDEUS
 
1.    Surgindo um problema entre os irmãos, deve logo ser tratado com muita diligência. Quando um líder do povo for ignorante, desinteressado ou negligente, o resultado poderá vir a ser uma contaminação grave.

Faz parte das atribuições do ministro manter a boa ordem na igreja. Ele deve enfrentar os problemas com humildade, imparcialidade, e com sabedoria de Deus.

Neemias foi neste sentido um exemplo para os que estão à frente da obra do Senhor. Assim como Deus fez com Neemias, Ele quer fazer com seus servos, hoje, isto é, Deus quer abençoar seus servos e confirmar as obras das suas mãos (Sl 90.17).

2.    Problemas relacionais devem ser tratados carinhosamente. “Bem aventurados os pacificadores” (Mt 5.9).

a.    A desunião representa uma obra da carne (Gl 5.19,20). Estas coisas entristecem o Espírito Santo (Ef 4.30).

b.    A desunião destrói a comunhão e o amor entre os irmãos, coisa tão preciosa na Igreja. “Andai em amor como também Cristo vos amou” (Ef 5.2). “Quem ama a Deus, ame também a seu irmão” (1Jo 4.21). Jesus orou: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti” (Jo 17.21).

c.    Finalmente devemos cultivar nosso testemunho diante do mundo. A união entre os crentes é o selo da estabilidade espiritual e da paz na Igreja (Jo 17.4).
 
SÍNTESE DO TÓPICO (IV)

A paz foi mantida porque Neemias enfrentou os problemas com humildade, imparcialidade, e com sabedoria de Deus.