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Ministração 12 - Vivendo em constante vigilância

TEXTO CENTRAL

“Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente e fortalecei-vos” (1Co 16.13).

VERDADE CENTRAL

A vigilância na fé cristã significa permanecer acordado quanto à vinda de Cristo, atento no zelo de não se afastar de Jesus e perseverar na cautela contra os falsos profetas.

LEITURA BÍBLICA

Mateus 26.36-41.

36   — Então, chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar.
37   —  E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito.
38   —  Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.
39  —  E, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.
40  — E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudeste vigiar comigo?
41    — Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.

OBJETIVO GERAL

Ressaltar a importância da vigilância para a vida cristã, pois a Segunda Vinda do Senhor está próxima.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

⦁    I. Explicar o conceito de vigilância no contexto bíblico;
⦁    II. Apresentar detalhes da oração de Jesus no Getsêmani;
⦁    III. Destacar a vigilância como um aspecto fundamental no exercício da fé cristã.


INTRODUÇÃO

A exortação à vigilância na presente lição abrange dois aspectos da vida cristã. O primeiro diz respeito às palavras de Jesus na agonia em Getsêmani, na noite em que Ele foi preso. O outro aspecto refere-se ao contexto escatológico no sermão profético registrado nos Evangelhos Sinóticos. A presente lição mostra os aspectos da vigilância na fé cristã.

PONTO CENTRAL


A exortação à vigilância é a ideia central do sermão profético, pois não sabemos o dia nem a hora da Vinda de nosso Senhor.


I    O SIGNIFICADO DE VIGILÂNCIA

A vigilância é o ato ou efeito de vigiar, o estado de quem permanece alerta, de quem procede com precaução para não correr risco. E isso nos mais diversos aspectos da vida humana. O verbo “vigiar” aparece na Bíblia no sentido de estarmos atentos em todos os aspectos da vida cristã.

1    Vigiar, estar alerta. A palavra que mais aparece no Novo Testamento grego para “vigiar” é o verbo gregoréo , “vigiar, estar alerta, ser vigilante”, que aparece 22 vezes. A ideia principal dessa vigilância é escatológica (Mt 24.42,43; 25.13), e isso se mostra nas passagens paralelas de Marcos e Lucas. Mas, quando Jesus disse a Pedro, Tiago e João: “ficai aqui e vigiai comigo” (v.38), isso significa que Ele queria que seus discípulos ficassem acordados e continuassem a orar ou, talvez, se protegessem de alguma intromissão enquanto oravam. Mas gregoréo é usado para denotar uma vigilância mais geral (1Co 16.13; Cl 4.2; 1Pe 5.8).

2    Vigiar, guardar, cuidar. É o verbo grego agrypnéo , “manter-se acordado, vigiar, guardar, cuidar”, e só aparece quatro vezes no Novo Testamento, duas delas no sentido escatológico no sermão profético (Mc 13.33; Lc 21.36). O vocábulo é usado para indicar a vigilância nas orações e súplicas (Ef 6.18) e apresenta ainda a ideia de cuidar ou velar: “Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma” (Hb 13.17).

3    Vigiar, ser sóbrio. É o verbo nepho , literalmente “ser sóbrio”, mas que aparece no sentido figurado de vigilância combinado com gregoréo (1Ts 5.6; 1Pe 5.8). Seu uso no sentido próprio pode ser visto em outras partes do Novo Testamento (1Ts 5.8; 2Tm 4.5; 1Pe 1.13). Existe ainda o verbo eknepho , que só aparece uma vez no Novo Testamento (1Co 15.34), traduzido por “vigiar”, na ARC; por “tornar à sobriedade”, na ARA e na Nova Almeida Atualizada; e por “despertar” na TB.
 

SÍNTESE DO TÓPICO (I)

A vigilância é o ato de estarmos atentos em todos os aspectos da vida cristã.
 

II    JESUS NO GETSÊMANI

Depois que Jesus instituiu a Ceia do Senhor, Ele seguiu com os seus discípulos para o jardim de Getsêmani. Em oração, o Senhor Jesus rogou ao Pai, três vezes, para que passasse dEle “esse cálice”.

1    Getsêmani. O lugar é assim identificado em Mateus (v.36) e Marcos (14.32). Lucas se refere ao local como “àquele lugar” (22.40) e João registrou: “o outro lado do ribeiro Cedrom, onde havia um jardim” (18.1, Nova Almeida Atualizada). O nome “Getsêmani” vem de um termo aramaico que parece significar “prensa de azeite”. Era uma área localizada no sopé do monte das Oliveiras, onde o Senhor Jesus costumava se reunir com os discípulos e para onde se retirou na noite em que foi preso (Lc 22.39; Jo 18.2).

2    A angústia de Jesus. O Senhor Jesus, durante todo o tempo do seu ministério, encarava a sua morte de maneira serena (Mt 16.21; 17.22,23; 20.17-19; 26.1,2 e passagens paralelas em Marcos e Lucas). Alguns estudiosos do Novo Testamento se perguntam por que só agora “começou a entristecer-se e a angustiar-se muito” (v.37) a ponto de dizer: “A minha alma está cheia de tristeza até à morte” (v.38)? O seu pavor não era a morte, mas o ser separado do Pai ao assumir os pecados de toda a humanidade na cruz (2Co 5.21), pois Ele já estava decidido quanto a isso (Mc 10.33,34) e tinha consciência de que a sua morte era a vontade do Pai (Jo 12.27). Esse era o momento mais crucial para a humanidade, pois estava em jogo a salvação dos pecadores.

3    O cálice. A expressão usada por Jesus: “Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice” (v.39) deve ser entendida à luz do Antigo Testamento. O cálice ou copo aparece com frequência na Bíblia e mui especialmente na sua aplicação metafórica. É usada para indicar uma situação miserável (Sl 11.6) e também de felicidade (Sl 16.5; 23.5). Da mesma forma, indica a manifestação da ira de Deus (Sl 75.8; Is 51.17). Essa linguagem aparece no Novo Testamento (Ap 14.10; 1Co 10.16). O Senhor Jesus se referia ao cálice da ira de Deus como castigo da separação do Pai no momento da cruz (Mt 27.46; Mc 15.34). Estava chegando a hora de ser submerso na maldição, por nós, pecadores (Gl 3.13).
 

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

A angústia de Jesus no Getsêmani expressava que a aproximação de sua hora de ser submerso na maldição, tornando-se pecado por nós, pecadores.
 

III    EXORTAÇÃO À VIGILÂNCIA

Depois de uma breve explicação sobre Jesus no Getsêmani, retornamos ao tema da lição. Entendemos que o ponto central dessa seção do Evangelho de Mateus (26.36-41) é a exortação à vigilância, apesar de outros temas serem importantes aqui.

1    No contexto escatológico. A exortação à vigilância é um dos pontos centrais do sermão profético porque não se sabe o dia e a hora da vinda de Jesus (Mt 24.36; Mc 13.32). O ensino do Senhor nas diversas parábolas desse discurso escatológico dá muita ênfase à necessidade de os crentes estarem atentos. Apesar de ser vedada aos humanos a data da segunda vinda de Jesus, a Bíblia indica os sinais que precederão a vinda de Cristo em Mateus 24 e Lucas 21. Os acontecimentos de hoje nos mostram o cumprimento das profecias bíblicas, sinalizando que essa vinda está próxima. Se os cristãos da primeira hora deviam estar vigilantes quanto ao grande evento, o que não diremos nós, que somos a Igreja da última hora? Por isso devemos estar ainda mais firmes e atentos, continuamente.

2    Na vida cristã. É o estado de alerta para não cairmos em pecado, para nos abstermos de tudo aquilo que desagrada a Deus (1Co 16.13; 1Ts 5.6; 1Pe 5.8). Mas essa vigilância não deixa de ser um exercício contínuo da fé até que Jesus venha. Ele pode voltar a qualquer momento; os sinais de sua vinda estão aí, como o avanço da imoralidade e da corrupção (Ap 9.21), a evangelização mundial por meio de recursos das redes sociais (Mt 24.14) e a posição de Israel no Oriente Médio (Lc 21.29-31).

3    “Vigiai e orai” (v.41a). O sentido da vigilância aqui difere daquele mencionado no v.38, em que “vigiar” indica ficar despertado, acordado. Mas aqui significa estar vigilante para manter a fidelidade ao Senhor Jesus e nunca se apartar dEle. Isso fica claro pelas palavras seguintes: “para que não entreis em tentação”. É uma advertência solene a todos os crentes em todos lugares e em todas as épocas para viverem atentos em todos os momentos da vida (Ef 6.18). O Comentário Bíblico Beacon diz: “A eterna vigilância é o preço da liberdade”.

4    O espírito e a carne (v.41b). Temos aqui o contraste entre o espírito e a carne, muito comum no Novo Testamento (Rm 8.5-9; Gl 5.17). Seria esse o sentido aqui? A “carne” é um termo frequentemente usado nas Escrituras, com variação semântica tão ampla que não é possível descrever todos os seus significados neste espaço. Aqui essa palavra pode indicar a fragilidade da nossa natureza física (Sl 78.39), visto que os discípulos estavam cansados, exaustos e entristecidos; mas também pode ser uma referência à fraqueza da natureza humana decaída (Ef 2.3), por causa da associação com a palavra “tentação”. A expressão pode indicar as coisas simultâneas ou qualquer uma dessas interpretações.
 

SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Os acontecimentos dos últimos dias nos mostram o cumprimento das profecias bíblicas, razão pela qual, devemos estar vigilantes, pois a Vinda do Senhor está próxima.
 

CONCLUSÃO

O enfoque no relato do Getsêmani é a vigilância, e por essa razão não entramos em outros pontos do texto. Finalizamos dizendo que, na tentação do deserto, o Senhor Jesus recusou o domínio do mundo sem o Pai, mas aqui Ele aceita sofrer e morrer por nós com Deus. A experiência de Jesus e dos seus discípulos no jardim nos ensina que cada cristão tem o seu Getsêmani e cada um de nós deve-se submeter à vontade do Pai.