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Ministração 10: A mordomia das finanças

SÉRIE: Tempo, Bens e Talentos — Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado

TEXTO CENTRAL

“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm 6.10).

VERDADE CENTRAL

O cristão deve ser grato a Deus por suas finanças, e lidar com o dinheiro com sabedoria, prudência, comedimento e amor.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Eclesiastes 5:10,11
10    — O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isso é vaidade.
11    — Onde a fazenda se multiplica, aí se multiplicam também os que a comem; que mais proveito, pois, têm os seus donos do que a verem com os seus olhos?

1 Timóteo 6:6-10
6    — Mas é grande ganho a piedade com contentamento.
7    — Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.
8    — Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.
9    — Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.
10    — Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.

OBJETIVO GERAL

Ressaltar que o cristão deve lidar com o dinheiro com sabedoria, prudência,
comedimento e amor.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

•    I. Mostrar que tudo o que temos vem de Deus;
•    II. Expor como o cristão deve ganhar dinheiro;
•    III. Explicar como o cristão deve utilizar o dinheiro.

INTRODUÇÃO

Os cristãos devem ser referência na administração das finanças que Deus, bondosamente, lhes concedeu. Assim, refletiremos acerca de alguns aspectos da mordomia financeira com base na Bíblia Sagrada — como nossa única regra de fé e prática. Veremos que o dinheiro pode ser bênção ou maldição, e que tudo depende do uso que fazemos dele.

PONTO CENTRAL

Tenhamos gratidão a Deus pelas finanças e lidemos com elas com prudência.

I.    TUDO O QUE TEMOS VEM DE DEUS


1.    Deus é dono de tudo. Tudo o que há no planeta pertence a Deus, tanto o mundo quanto seus habitantes (Sl 24.1). Há os que são filhos de Deus por criação e há os que são seus filhos por adoção através da fé em Jesus (Jo 1.12). Assim, podemos afirmar que os não-crentes recebem dádivas por permissão de Deus; nós, seus filhos por adoção em Jesus Cristo, temos convicção de que tudo o que temos vem diretamente de dEle, conforme Davi expressou: “Porque tudo vem de ti, e da tua mão to damos” (1Cr 29.14).

2.    O trato com o dinheiro. Se tudo o que temos vem de Deus, precisamos lidar com o dinheiro de modo especial. Isso é necessário, pois muitos se tornaram materialmente ricos, mas espiritualmente miseráveis, como Jesus revelou a situação dos crentes de Laodicéia (Ap 3.17). Em Apocalipse, nosso Senhor deixou claro que o crente pode pensar estar rico aos próprios olhos, mas invariavelmente desgraçado, miserável, pobre, cego e nu diante dos olhos do Senhor. A história do mundo mostra que a busca por dinheiro e riquezas materiais levou muitas pessoas a cometerem perversidades, violências e crimes inomináveis.

3.    Cuidado com a falsa prosperidade. Precisamos ter cuidado para não sermos enganados pelas armadilhas da já conhecida “Teologia da Prosperidade”. Esta ensina que todo crente deve ser rico, porque, diz essa teologia, “somos filhos do Rei”. Isso não passa de propaganda enganosa e distorção da graça de Deus. Ora, as Escrituras mostram que Jó foi um servo fiel a Deus (Jó 1.1), mas, embora muito rico, veio certa vez a experimentar a pobreza. Mas nem por isso abandonou a Deus, apesar de todo o sofrimento que experimentou.


SÍNTESE DO TÓPICO (I)

Deus é o dono de tudo, por isso, o que temos vem dEle.

II.    COMO O CRISTÃO DEVE GANHAR DINHEIRO

1.    Trabalhando honestamente. Desde o Gênesis, após a Queda, o homem emprega esforço para obter os bens de que necessita. O Criador disse: “No suor do teu rosto, comerás o teu pão” (Gn 3.19a). O apóstolo Paulo recomendou: “E procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado” (1Ts 4.11). Assim, por trabalho honesto entendemos todo o tipo de atividade que sustenta e dignifica o ser humano. Entretanto, há trabalhos que o degradam e humilham. Por isso, ao cristão sincero não convém atividades correlacionadas com a bebida alcoólica, drogas, prostituição, aborto etc.

2.    Fugindo das práticas ilícitas. O cristão não deve recorrer a meios ou práticas ilícitas para ganhar dinheiro, tais como jogo do bicho, do bingo, rifa, loterias, e outras formas “fáceis” de se angariar riquezas. Em Provérbios, lemos: “O homem fiel abundará em bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não ficará sem castigo” (Pv 28.20).

3.    Fugindo da avareza. Avareza é o amor ao dinheiro. É uma escravidão ao vil metal. Diz a Bíblia: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm 6.9,10). Deus não condena a riqueza em si, mas a ambição, a cobiça e a avareza que ela desperta. Abraão e Jó eram homens ricos, porém, fiéis a Deus. O que Deus condena é a ganância, a ambição desenfreada por riquezas (Pv 28.20).


SÍNTESE DO TÓPICO (II)

O cristão deve trabalhar honestamente, fugir das práticas ilícitas e da avareza.

III.    COMO O CRISTÃO DEVE UTILIZAR O DINHEIRO

1.    Na Igreja do Senhor. Na igreja há várias maneiras pelas quais o cristão pode e deve contribuir, de modo positivo e abençoado, para a manutenção da Obra do Senhor.

    Contribuindo com os dízimos. Entregar os dízimos para a manutenção material da Obra do Senhor é uma das maiores expressões de gratidão a Deus e amor por sua causa na Terra (Ml 3.8-12). Como já vimos, no Novo Testamento, o dízimo não foi abolido, pois Jesus trouxe a maneira correta de sua entrega (Mt 23.23). O Novo Testamento também revela que o cuidado dos órfãos e das viúvas é “a verdadeira religião” (Tg 1.27). Assim, a mordomia do dízimo é de fundamental importância à vida da igreja.

    Contribuindo com ofertas alçadas. O crente fiel deve contribuir com ofertas alçadas (levantadas), de modo voluntário, como prova de sua gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas. Com esses recursos (dízimos e ofertas), a igreja mantém a evangelização, as missões, o sustento de obreiros, o socorro aos necessitados (viúvas, órfãos, carentes etc.), bem como o patrimônio físico da obra do Senhor e outras necessidades.

2.    Na sociedade civil.  Evitando dívidas fora do seu alcance. Muitos têm ficado em situação difícil por causa do uso irracional do cartão de crédito. As dívidas podem provocar muitos males, tais como falta de tranquilidade (causando doenças); desavenças no lar; perda de autoridade e independência. Devemos lembrar que “o rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que empresta” (Pv 22.7). Outro problema é o mau testemunho perante os ímpios quando o crente compra e não paga.

    Evitando os extremos. De um lado, há os avarentos que se apegam demasiadamente à poupança, em detrimento do bem-estar dos familiares. Estes não se importam em ver os filhos passarem necessidade, pois o seu desejo de “poupar” e de entesourar para o futuro é irrefreável. De outro, há os que gastam além de suas possibilidades, contraindo dívidas que perturbam a harmonia do lar.

    Tendo controle da renda. É importante que se faça um orçamento familiar, observando o quanto a pessoa ganha, gasta e, se possível, reserva para imprevistos. Em nosso país, grande parte das pessoas recebe apenas o denominado “salário mínimo”, uma renda que não garante nem o mínimo previsto em lei. Entretanto, o crente em Jesus deve conter-se dentro dos limites de sua renda, seja ela grande ou pequena, para não ser vítima de um mal maior.

    Não fique por fiador. Outro cuidado importante é não ficar por fiador. A Bíblia desaconselha isso (cf. Pv 11.15; 17.18; 20.16; 22.26; 27.13). Muito menos forneça cheque para alguém usá-lo em seu nome. Previna-se!

    Fugindo do agiota. É verdadeira maldição quem cai na mão dessas pessoas, pois elas cobram “usura” ou lucros extorsivos. Esse tipo de atividade é ilícito. Um cristão não deve praticar a agiotagem, que é o empréstimo de dinheiro de modo clandestino. Além de ser ilegal, a Bíblia condena essa prática (cf. Êx 22.25; Lv 25.36).

    Pagar os impostos. “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra” (Rm 13.7). O cristão não deve ser sonegador, pois isso não glorifica a Deus. Ainda que muitos aleguem que os governos não aplicam bem o dinheiro arrecadado, desviando-o para outras finalidades, o cristão precisa comportar-se como cidadão dos céus no trato com o dinheiro. É mandamento bíblico que paguemos os impostos (Mt 22.17-21).


SÍNTESE DO TÓPICO (III)

A Igreja do Senhor e a sociedade são os lugares em que o cristão deve usar o dinheiro com diligência.

CONCLUSÃO

O dinheiro pode ser uma bênção ou uma maldição. Isso depende muito do uso que fazemos dele. Se o fizermos para a glória de Deus, com gratidão pelos bens adquiridos, seremos recompensados pelo Senhor. Que usemos os recursos financeiros de modo honesto, como verdadeiros mordomos de nosso Senhor Jesus Cristo! Que o Senhor nos ensine a usar os recursos como bênçãos.