TEXTO CENTRAL
“Portanto,
deixará o varão o
seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn
2.24).
PRÁTICA PARA A VIDA
A sexualidade bíblica é heterossexual, biologicamente definida conforme
o sexo divinamente criado.
LEITURA BÍBLICA
Gênesis 2.7,18-25.
7 — E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e
soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
18 — E
disse o Senhor Deus: Não é bom que
o homem esteja só;
far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.
19 — Havendo,
pois, o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria;
e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.
20 — E
Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem
não se achava adjutora que estivesse como diante dele.
21 — Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre
Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu
lugar.
22 — E
da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.
23 — E
disse Adão: Esta é agora
osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto
do varão foi tomada.
24 — Portanto,
deixará o varão o
seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.
25 — E
ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.
INTRODUÇÃO
Biblicamente, os seres humanos possuem um sexo
biologicamente determinado, de conformação heterossexual (Gn 2.24). No entanto,
a desconstrução dos valores e a revolução sexual apresentam novas formas de sexualidade,
dentre elas, a transgeneridade. Nesta lição, veremos as características desse
fenômeno, a visão bíblica
de sexo, gênero e os efeitos da ideologia transgênero. Nosso objetivo é reafirmar a vontade de Deus quanto ao ser
humano viver de maneira coerente com o propósito divino por meio de seu sexo biológico.
I. COMPREENDENDO O PENSAMENTO
DA TRANSGENERIDADE
1. Identidade de gênero. O gênero identifica os
seres inequívocos do sexo masculino e feminino. Não obstante, na década de 1970, as feministas usavam o termo “gênero”
para o diferenciar do “sexo”
anatômico. As ciências sociais passaram a enfatizar que o comportamento social
dos gêneros é estabelecido pela cultura e não pelas características
biológicas
do sexo. Assim, argumentam que uma pessoa não precisa se comportar de acordo
com o seu sexo de nascimento. Alegam que o gênero e a orientação sexual não são
determinados pelo sexo biológico.
Nesse caso, avaliam que a relação sexual entre macho e fêmea corresponde a papéis sociais impostos pelo contexto cultural e
social, não pela constituição anatômica e biológica
do corpo humano. Desse modo, validam qualquer comportamento sexual.
2. Cisgênero
e Transgênero. Nos estudos de gêneros, dois termos são
usados: “Cisgênero” e “Transgênero”.
Cisgênero se refere a pessoa cujo gênero
está em concordância com o sexo de nascimento, ou seja, a fêmea
nascida com genitália feminina que se reconhece mulher e o macho nascido com
genitália masculina que se reconhece homem. Transgênero (ou Disforia de Gênero)
classifica a pessoa cujo gênero está
em oposição ao sexo de nascimento, ou seja, indivíduo que nasce com genitália
masculina, mas que se assume mulher ou o que nasce com genitália feminina, mas
que se assume homem. São pessoas que alegam ter nascido no corpo errado e se
identificam com o gênero diferente do sexo biológico. O movimento social de representatividade
desse grupo é chamado
de LGBTQIAPN+. Essa cosmovisão ratifica a ideia de que a identidade de gênero
independe do sexo biológico.
3. Transgênero e sexualidade. Para os
especialistas, a orientação sexual de uma pessoa é definida de acordo com o gênero que ela se
identifica e por qual gênero sente atração
sexual, a saber: (a) heterossexual, quando a atração é pelo gênero oposto; (b) homossexual, quando a
atração é pelo
mesmo gênero; (c) bissexual, quando a atração é por ambos os gêneros; (d) assexual, quando
inexiste atração por gênero
algum; (e) pansexual, quando a atração não depende de gênero. Além
dessas categorias, existe pessoas que se denominam não-binárias, que não se
encaixam em nenhum gênero, nem masculino nem feminino. Desse modo, como nessa
ideologia não há
conexão
entre sexo biológico e gênero, uma pessoa que se identifica como transgênero
transita livremente em todo o tipo de relação sexual.
II. REAFIRMANDO A VISÃO
BÍBLICA DE GÊNERO
1. A constituição biológica. Do hebraico adham,
o homem foi formado do pó úmido
da terra (Gn 2.7). Nosso Senhor ratificou que “desde
o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea” (Mc 10.6). Nossa Declaração de Fé professa que o ser humano é constituído de três substâncias, uma física:
corpo; e duas imateriais: espírito e alma (1Ts 5.23; Hb 4.12). Desse modo, o
corpo físico é o invólucro das partes imateriais (Gn 35.18; Dn
7.15). O gênero desse corpo é definido
pelo sexo de criação geneticamente determinado: homem ou mulher (Gn 1.27;
2.24). Nesse caso, o sexo e o gênero
estão relacionados com as características orgânicas do corpo e
dos órgãos
genitais. Significa que na criação divina, os cromossomos sexuais XY determinam
o sexo masculino (macho) e os XX determinam o sexo feminino (fêmea).
2. A constituição moral. O homem foi criado,
dentre outros aspectos, à imagem e semelhança moral de Deus (Gn 1.26,27).
Entretanto, o pecado corrompeu a moralidade do gênero humano (Gn 6.5). Por
isso, no plano divino, os crentes precisam ser renovados segundo a semelhança
moral original (Ef 4.22-24; Cl 3.10). Essa renovação é obra do Espírito Santo que opera interiormente
e promove a santificação do espírito, da alma e do corpo (Rm 8.2-5,13,14; 1Ts
5.23). Assim, aos salvos a Escritura diz: “não
reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal” (Rm 6.12). Desse modo, as práticas
sexuais ilícitas são proibidas (Êx 20.14; Rm 1.26,27). A Bíblia ensina que a
imoralidade sexual afronta o corpo, que é templo
e morada do Espírito Santo (1Co 6.18-20).
3. A constituição da sexualidade. Ao criar o
ser humano “macho e
fêmea”, Deus
também instituiu a sexualidade
(Gn 1.27,28). Sempre fez parte da criação original de Deus o homem unir-se
sexualmente em uma só carne com sua mulher (Gn 2.24). Ao abordar o tema, o
Senhor Jesus associou a anatomia dos sexos com o propósito divino da sexualidade e da reprodução (Mt
19.4-6). O relacionamento sexual conforme idealizado pelo Criador prevê uma
satisfação completa entre homem e mulher na busca da realização conjugal e na
procriação da espécie (Ec 9.9; Sl 127.3-5). A união
monogâmica e heterossexual configura o modelo bíblico de sexualidade (1Co 7.3,4).
Desse modo, no plano divino, o sexo, o gênero e a sexualidade não são meros
estereótipos
de construção social, mas estão biologicamente constituídos e intimamente
relacionados.
III. EFEITOS DA IDEOLOGIA TRANSGÊNERO
1. Depreciação da heterossexualidade. Vimos que
o modelo de sexualidade nas Escrituras é heterossexual
(Gn 2.24; Mt 19.5; Mc 10.7; Ef 5.31). No entanto, ativistas atuam na desconstrução
da orientação sexual bíblica. Em 1991, o termo heteronormatividade passou a ser
utilizado em depreciação da prática heterossexual. É uma proposta de doutrinação
para apresentar a crítica de que o reconhecimento da distinção biológica entre homem e mulher como dado óbvio do desenvolvimento humano e da realidade,
ou seja, a heteronormatividade (que já é um termo doutrinador), é um sistema opressor e normatizador em que se
obriga as pessoas a se relacionar apenas entre homem e mulher. Nesse sentido,
acusam os héteros
de preconceituosos, discriminadores e transfóbicos.
2. Construção de narrativas. Militantes trans
alegam que a subjetividade de alguém se
sentir homem ou mulher deve sobrepor aos aspectos biológicos. Nesse sentido, eles se rebelam contra a
própria
constituição biológica.
Então, para adequar a insatisfação do próprio corpo com a mente, exigem terapia hormonal
e cirurgia de redirecionamento sexual como pretensas soluções. Isso é tão sério
que o ativismo na educação e saúde
pública acaba se impondo no doutrinamento de crianças e adolescentes. Na busca
de aceitação social, divulgam a ideia do nascimento no corpo errado. De outro
lado, em 2017, a associação de pediatras americanos (American College of
Pediatricians) publicou que: (a) conflitos entre mente e corpo devem ser corrigidos
pelo alinhamento do gênero (mente) com o sexo anatômico (corpo), e não fazendo intervenções
invasivas no corpo; (b) meninos não nascem com cérebro feminizado e meninas não nascem com cérebro masculinizado; e (c) a ideia de pessoas
presas no corpo errado é uma
crença ideológica que não
tem base na ciência rigorosa (Rm 9.20).
3. Linguagem neutra. O movimento LGBTQIAPN+
requer a inserção de uma terminologia neutra ou não-binária na linguagem. O
objetivo é identificar
quem não se reconhece como masculino ou feminino. Os ativistas consideram a
gramática normativa como machista e elitista. Contudo, na Língua Portuguesa o gênero
neutro é absorvido pelo masculino.
Assim, o masculino é usado
de modo genérico
para identificar a espécie
humana (homens e mulheres). Não
obstante, a militância pretende substituir as vogais “a” e “o”
na pretensão de neutralizar o gênero. Desse modo, a norma gramatical é desconstruída para atender à ideologia de gênero (Is 5.21).
CONCLUSÃO
O sexo, o gênero e a sexualidade fazem parte da
constituição anatômica e fisiológica divinamente instituída.
Nas Escrituras existem apenas duas
possibilidades de gênero e anatomia sexual humana, ou seja, o masculino/macho e
o feminino/fêmea (Gn 1.27). Ao término
da criação, “viu
Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31). Ele não errou
ao criar a sexualidade heterossexual para a humanidade. Portanto, ninguém nasce predeterminado a identificar-se como
transgênero. Muda-se a cultura, mas a Palavra de Deus permanece imutável (Mt
24.35).