TEXTO CENTRAL
“Os sábios,
pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a
justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente.” (Dn 12.3).
PRÁTICA PARA A VIDA
Deus é o
Soberano da história
e no final de todas as coisas trará juízo aos ímpios e libertará o seu povo
fiel.
OBJETIVOS
•
EXPLICAR como
se deu a preparação de Daniel para receber a mensagem final;
•
CONHECER
a revelação do futuro dada ao profeta;
•
ENTENDER como será a
Batalha do Armagedom e as últimas coisas.
TEXTO BÍBLICO
Provérbios
23.29-35.
Daniel 12.1-13
1 — E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande
príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia,
qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o
teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro.
2 — E
muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e
outros para vergonha e desprezo eterno.
3 — Os
sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento; e os que a muitos
ensinam a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente.
4 — E
tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte
para outra, e a ciência se multiplicará.
5 — E
eu, Daniel olhei, e eis que estavam outros dois, um desta banda, à beira do
rio, e o outro da outra banda, à beira do rio.
6 — E
ele disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Que
tempo haverá até ao fim
das maravilhas?
7 — E ouvi o homem vestido de linho, que estava
sobre as águas do rio, quando levantou a sua mão direita e a sua mão esquerda
ao céu e jurou, por aquele que
vive eternamente, que depois de um tempo, de tempos e metade de um tempo, e
quando tiverem acabado de destruir o poder do povo santo, todas essas coisas
serão cumpridas.
8 — Eu,
pois, ouvi, mas não entendi; por isso, eu disse: Senhor meu, qual será o fim
dessas coisas?
9 — E
ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim.
10 — Muitos
serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão
impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá,
mas os sábios entenderão.
11 — E,
desde o tempo em que o contínuo sacrifício
for tirado e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.
12 — Bem-aventurado
o que espera e chega até mil
trezentos e trinta e cinco dias.
13 — Tu,
porém, vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua
sorte, no fim dos dias.
INTRODUÇÃO
Os últimos três capítulos do livro (10-12) constituem uma unidade.
Esta seção contém a última revelação que Deus concedeu a Daniel
dois anos após
o retorno dos judeus à terra de Israel, no terceiro ano de Ciro (537 a.C.). O
profeta já é um ancião
de aproximadamente 84 anos. Nessa época, o
primeiro grupo de exilados já havia retornado a Jerusalém. Por algum motivo, possivelmente em razão da
sua idade avançada e pela sua presença relevante na Babilônia, Daniel não
regressou à sua terra natal. Anteriormente, o profeta havia tido sonhos e visões,
agora Deus lhe concede uma revelação mais elevada da sua palavra sobre um
grande conflito (10.1), por meio de uma experiência com o Filho de Deus.
I. PREPARANDO-SE PARA RECEBER
A MENSAGEM DO CÉU
1. A aflição de Daniel. Como qualquer ser
humano, Daniel tinha os seus momentos de aflição e tristeza (10.2). Ninguém é tão
forte que não possa se abater. A razão do seu abatimento tinha a ver
possivelmente com a interrupção da reconstrução do Templo e da cidade de
Jerusalém naquela ocasião (Ed 1-3;
4.4,5). O povo voltou, mas a restauração plena ainda não havia acontecido. O
conhecimento desse fato levou o profeta à angústia da alma, por causa do amor
que nutria por sua nação. Em vez de reclamar da situação ou murmurar contra
Deus, ele entrou em vigília e jejuou durante três semanas (10.3). Daniel era um
profeta de lágrimas!
2. O ser celestial. Em resposta à sua busca, um
ser celestial cheio de esplendor se apresenta a Daniel (vv.5,6). As suas descrições são parecidas com as que o apóstolo João
e o profeta Ezequiel tiveram (Ap 1.12-20; Ez 1.26). Para muitos exegetas bíblicos,
isto seria uma teofania, a manifestação do próprio Filho de Deus. Diante da imagem imponente,
os companheiros de Daniel fogem de medo e ele fica só. Seu corpo se enfraquece, desfalecendo com o
rosto em terra. A glória divina é demais
para o frágil ser humano suportar. O profeta, no entanto, experimenta a consolação.
Recebe o amparo celestial e palavras de encorajamento (vv.11-12). Quem é amado no céu, quando prostrado e fraco, recebe ajuda do
Senhor.
3. A batalha nas regiões celestiais. Daniel é informado de que a mensagem de resposta à sua oração foi resistida pelo príncipe do reino da Pérsia (v.13). Nossos principais teólogos ensinam que não se trata de um príncipe
terreno, mas um anjo maligno que obedece a Satanás. Foi somente após a ajuda do Arcanjo Miguel na batalha
espiritual que a resposta chegou. A referência a Miguel como “um
dos primeiros príncipes”
mostra que existe uma organização e ordem angelical, através de graduações que revelam níveis de
autoridade.
Fica evidente que o que acontece na terra tem
implicação nas regiões celestiais. Enquanto a visão ateísta e naturalista
enxerga somente o plano físico e material, o crente pentecostal, sobretudo, tem
a convicção de que existe uma realidade invisível onde as maiores batalhas são
travadas. Por isso, devemos levar a sério
o mundo espiritual (1Pe 5.8), sabendo que a nossa luta não é contra a carne e o sangue (Ef 6.12).
II. A REVELAÇÃO DO FUTURO
1. Uma visão do futuro. O objetivo da revelação
a Daniel era dar-lhe conhecimento sobre o que haveria de acontecer ao povo de
Deus (v.14). Essa perspectiva do futuro se estende não apenas aos anos
imediatamente posteriores, mas até ao fim
do mundo. A revelação será
detalhada nos capítulos 11 e 12. Enfraquecido pelo que havia visto e ouvido,
Daniel é tocado e fortalecido três
vezes (vv.16-19). Afinal, o Deus que move nações e reis, demonstra um incrível
cuidado com aqueles que são fiéis a Ele. Por fim, Daniel fica sabendo que a guerra
não havia acabado (vv.20,21).
2. O futuro imediato. No capítulo 11, Deus
revela eventos que estavam para acontecer no futuro imediato de Israel. Eles se
desdobram no período interbíblico,
ou seja, entre o Antigo e o Novo Testamentos, e envolve uma sucessão de reis
que vai de Ciro até o
desmoronamento do reino de Alexandre Magno (o rei valente — v.3). Contemplam profecias sobre a Síria e
Egito e suas guerras envolvendo os judeus (vv.5-35), incluindo Antíoco Epifânio
(o homem vil — v.21),
torturador de Israel de quem tratamos anteriormente.
A passagem descreve minuciosamente intrigas políticas,
alianças e conflitos militares ao longo dos séculos seguintes. Em razão da riqueza dos
detalhes proféticos,
muitos chegaram a questionar a data do livro de Daniel, como se tivesse sido
escrito posteriormente aos fatos históricos. Contudo, a predição de eventos históricos centenas de anos antes da sua ocorrência
mostra que a Palavra de Deus não cai por terra.
3. O futuro remoto. Do versículo 36 em diante,
temos o futuro remoto de Israel, o “tempo
de angústia de Jacó” (Jr 30.7). Conforme John
Lennox, este capítulo “também
foi escrito para avisar as pessoas no futuro (da perspectiva de Daniel) sobre o
perigo de interpretar erroneamente os sinais dos tempos, e pensar que o tempo
do fim chegou quando não chegou”. Este é um
erro muito frequente dentre aqueles que usam a doutrina das últimas coisas como
um recurso especulativo e sensacionalista. O fato é que a passagem mostra um quadro profético do futuro Anticristo e sua atuação,
especialmente contra o povo escolhido de Deus. Será um grande líder mundial com
poder político e bélico (vv.36-38) que procurará destruir Israel.
III. ARMAGEDOM E AS ÚLTIMAS
COISAS
1. A batalha final. O tempo do fim (11.40)
aponta para o período da Tribulação,
que é a Septuagésima
Semana do texto de Daniel 9.27. No final deste período, os exércitos do Anticristo se reunirão para destruir
Israel, no vale do Armagedom (Ap 16.16). Esta batalha, sem precedentes na história, será um enfrentamento bélico-espiritual que
se dará na derradeira etapa da Septuagésima Semana de Daniel. Terá
como palco as montanhas de Megido. Israel não terá condições de vencer pelas armas humanas.
2. O livramento divino. Daniel deve ter sentido
alívio e conforto ao ouvir o restante da profecia no capítulo 12. Após ter uma noção do período sombrio da Grande Tribulação
e do tempo de angústia, ele fica sabendo que Deus enviará o Arcanjo Miguel para
proteger o povo de Israel durante a batalha final. Esta revelação tem o seu
paralelo com Apocalipse 12.7-8. Sobretudo, o grande general é Cristo (Mt 24.15-31). Deus dará livramento ao
seu povo quando ele reconhecer que Jesus é o
Messias (Ez 37). O Senhor, à frente do exército
celestial, em cavalos brancos, vencerá o Anticristo e o Falso Profeta e os lançará
no Lago de Fogo (2Ts 2.8; Ap 19.20) e os exércitos inimigos serão destruídos (Zc 14.12).
3. A ressurreição dos mortos. A declaração do
verso 2 do capítulo 12 refere-se à ressurreição dos justos e dos injustos, em
consonância com outras passagens das Escrituras (Jo 5.29; At 24.15). De acordo
com a nossa Declaração de Fé, elas
se darão em momentos distintos. Os justos, cujos nomes estão no Livro da Vida,
serão ressuscitados por ocasião da volta de Cristo (1Ts 4.16), para a vida
eterna. Essa é uma
esperança gloriosa do cristão (1Co 15.20-24). A ressurreição dos injustos se
dará após
o Milênio (Ap 20.5), para a
eterna condenação.
4. Concluindo a missão profética.
Em suas palavras finais, o mensageiro celestial diz para Daniel cerrar as
palavras e selar o livro, até ao fim
do tempo (v.4). Para os costumes da época,
selar um livro era uma forma de dar credibilidade pública, uma garantia da sua
veracidade. Logo, o selo da palavra profética
assegurava que a revelação era dada por Deus, para que as gerações seguintes
pudessem confiar e entender. Isso explica a declaração de que “muitos
correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará” (v.4). A
passagem não se refere ao crescimento da ciência e da tecnologia, mas ao conteúdo
expresso da profecia de Daniel. É por causa dela que hoje, ao estudarmos as
Escrituras, nosso conhecimento se expande pela graça de Deus.
Após
perguntar ao homem vestido de linho sobre o tempo em que aquelas coisas
aconteceriam, e de humildemente reconhecer que não havia entendido a resposta
enigmática que lhe fora dada (vv.6-8), o ser celestial diz para Daniel
prosseguir. Afinal, tais palavras teriam o seu cumprimento. Deus fará a sua
obra no meio dos homens. Podemos não saber ao certo o tempo exato de cada ocorrência
futura, mas podemos confiar no Senhor. Por isso, é bem-aventurado aquele que espera, pois
descansará!
CONCLUSÃO
Ao concluirmos e após uma jornada de estudo que nos permitiu
explorar o livro de Daniel em sua totalidade, somos enriquecidos com o seu
exemplo de vida e devoção. Através
desses estudos, aprendemos que, mesmo em um mundo corrompido e tentador, é possível
mantermos nossa fidelidade ao Senhor, apesar de nossas limitações. Mantenhamos
nossos olhos voltados para o Senhor, com a confiança de que Ele é nosso protetor e que, em breve, suas profecias
se cumprirão. Enquanto aguardamos esse cumprimento, continuemos a seguir a
mensagem divina, perseverando até o fim,
como nos lembra Daniel 12.13.