TEXTO
CENTRAL
“Enganosa é a graça, e
vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.” (Pv 31.30).
PRÁTICA
PARA A VIDA
A mulher foi
criada para cooperar com o homem. Deus lhe confiou a dádiva da maternidade e
função de ser esposa e auxiliadora.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Provérbios 31.10-31.
10 — Mulher virtuosa, quem a achará? o seu valor
muito excede o de rubins.
11 — O coração do seu marido está nela confiado, e a
ela nenhuma fazenda faltará.
12 — Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua
vida.
13 — Busca lã e linho e
trabalha de boa vontade com as suas mãos.
14 — É como o navio
mercante: de longe traz o seu pão.
15 — Ainda de noite, se levanta e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas.
16 — Examina uma herdade e adquire-a; planta uma
vinha com o fruto de suas mãos.
17 — Cinge os lombos de
força e fortalece os braços.
18 — Prova e vê que é boa sua mercadoria;
e a sua lâmpada não se apaga de noite.
19 — Estende as mãos ao fuso, e as palmas das suas
mãos pegam na roca.
20 — Abre a mão ao aflito; e ao necessitado estende
as mãos.
21 — Não temerá, por causa da neve, porque toda a
sua casa anda forrada de roupa dobrada.
22 — Faz para si tapeçaria; de
linho fino e de púrpura é a sua veste.
23 — Conhece-se o seu marido nas portas, quando se
assenta com os anciãos da terra.
24 — Faz panos de linho fino, e vende-os, e dá
cintas aos mercadores.
25 — A força e a glória são as suas vestes, e
ri-se do dia futuro.
26 — Abre a boca com sabedoria, e a lei da beneficência está na sua língua.
27 — Olha pelo governo de sua casa e não come o pão da preguiça.
28 — Levantam-se seus filhos, e chamam-na
bem-aventurada; como também seu marido, que a
louva, dizendo:
29 — Muitas filhas agiram virtuosamente, mas tu a
todas és superior.
30 — Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que
teme ao Senhor, essa será louvada.
31 — Dai-lhe do fruto das
suas mãos, e louvem-na nas portas as suas obras.
INTRODUÇÃO
As Escrituras
apresentam a mulher virtuosa como símbolo da feminilidade (Pv 31.10-31). Essa
mulher é retratada como modelo de esposa fiel, mãe amorosa,
administradora e empreendedora exemplar. Porém, em tempos pós-modernos,
a feminilidade bíblica vem sendo desconstruída. Nesta lição, apresentamos o
mandado divino para a mulher, as investidas do ativismo feminista e o exemplo
bíblico de feminilidade. Assim, o nosso propósito é mostrar que Deus requer da mulher cristã que se porte conforme a
revelação da Palavra de Deus.
I. FEMINILIDADE BÍBLICA
1. A criação divina
da mulher. O homem e a mulher foram criados à imagem de Deus (Gn 1.27). Na
ordem da Criação, Adão foi criado antes
de Eva (Gn 2.7,15). Em seguida, o Criador concluiu: “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18). Assim, Deus criou a mulher a
partir da carne e dos ossos do homem (Gn 2.21,22). Por isso, Adão a
identificou: “esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gn 2.23). No
ato criativo, a imagem divina foi distribuída sem distinção entre eles,
fazendo-os iguais diante do Altíssimo. Adão e Eva
foram criados iguais em pessoalidade, valor, honra e respeito. Porém, essa igualdade não quer dizer uniformidade de papéis (Gn 1.26-28; 3.16-19). A Bíblia ensina a
igualdade de ambos, mas também deixa claro as
funções distintas de cada um.
2. A bênção da
maternidade. No mandato criacional, Deus ordenou ao homem e à mulher: “frutificai,
multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.28). Obviamente, uma tarefa impossível
para Adão realizar sozinho. Assim, a mulher foi criada com a bênção da
maternidade e com a função de ser esposa e mãe. Adão a chamou de Eva “porquanto ela era a
mãe de todos os viventes” (Gn 3.20). Desse modo, o papel natural da mulher
inclui a dádiva da procriação, de cuidadora do lar e dos filhos (1Tm 5.14).
Aqui, porém, é importante ressaltar que esse papel da mulher, constituído pela biologia
e, consequentemente, reafirmado pela Bíblia, é o ponto sensível em que as feministas consideram um ultraje que limita a
função social da mulher e que, por isso, lutam por emancipação dos afazeres do
lar e da maternidade. Contudo, diante da miraculosa concepção em seu ventre, Maria
irrompeu em cânticos de gratidão ao Altíssimo pela bênção da maternidade (Lc
1.46-48). Essa bênção deve ser rememorada sempre às mulheres cristãs do século XXI.
3. A mulher como
auxiliadora. A mulher foi criada para ser auxiliadora do homem (1Co 11.9).
Nesse caso, o termo “auxiliador” também é empregado para se referir a Deus (Sl 33.20; Sl 121.2). Portanto,
auxiliar não é algo depreciativo e sim uma nobre
função de ajuda e socorro. Nesse aspecto, a Bíblia enfatiza que Deus criou a
mulher para ser uma ajudadora idônea (Gn 2.18). Isso foi assim porque Adão
convivia com todos os seres criados, mas não achava auxiliar semelhante a ele,
capaz de suprir essa necessidade. Então, por esse motivo, Deus fez a mulher
para cooperar com o homem, não como alguém inferior, mas como complemento com suas igualdades e diferenças. Essa
complementaridade mútua é necessária à formação do
casal, à procriação, satisfação sexual, vivência
afetuosa e prazerosa para cumprir a vontade de Deus (Pv 5.18).
II. A
DESCONSTRUÇÃO DA FEMINILIDADE
1. O ativismo
feminista. No século 19, aconteceu na Europa e nos EUA
a primeira onda do ativismo feminista. As mulheres reivindicavam direitos
iguais aos dos homens. O primeiro a se popularizar foi o direito ao voto. No século 20, a segunda onda do feminismo lutou por direitos reprodutivos e
liberdade sexual. A ativista Simone de Beauvoir (1908-1986) estabelece uma das
máximas do feminismo: “não se nasce
mulher, se torna mulher”. Esse ativismo avança, se amplia para a discussão de
gênero e o movimento toma conotações de “empoderamento”
da mulher. Em 2011, a partir de um fenômeno na Universidade de Toronto, no
Canadá, se introduz o slogan “meu corpo, minhas regras”. Como cristãos,
devemos afirmar e defender os direitos das mulheres, bem como combater qualquer
tipo de discriminação. Porém, ao mesmo tempo,
devemos deixar claro que o feminismo é uma ideologia
que busca desconstruir os valores bíblicos.
2. A “liberdade
sexual”. A Bíblia se refere ao sexo como algo prazeroso entre o homem e sua
mulher nos limites do casamento (Pv 5.18,19). A satisfação sexual deve ocorrer
dentro do matrimônio e ser precedida de amor mútuo entre ambos (1Co 7.3-5).
Entretanto, para o feminismo esse modelo é repressivo e
deve ser combatido em busca de “libertação” sexual
da mulher. Na defesa dessa ideologia, requer que nenhum modo de relação sexual
deve ser considerado certo ou errado. Aqui, inclui-se a iniciação sexual
precoce, a prática da homossexualidade, a fornicação, o adultério e a prostituição (1Co 6.10).
Nessa esteira, temas como o aborto, a gravidez indesejada e a desconstrução da
família são radicalizadas pelo ativismo ideológico do movimento.
3. Ataques à família
tradicional. A Escritura ensina que o casamento é monogâmico, heterossexual e indissolúvel (Mt 19.5,6), tendo o homem como
líder da família (Ef 5.23). Porém, para a ideologia
do ativismo feminista, essa forma bíblica de
matrimônio escraviza a mulher, obriga o casal a ter relações sexuais apenas
com o seu cônjuge e tiraniza os laços conjugais que não podem ser rompidos.
Nesse sentido, a visão marxista é de desconstrução da
família tradicional, promoção da
liberdade sexual e dissolução do matrimônio. Esse conceito exerce forte
influência no movimento feminista. Desse modo, o ativismo radical rejeita a
maternidade, faz apologia ao aborto, considera ofensivo o papel da mulher como
auxiliadora, enaltece a lascívia e engaja-se em uma luta de gênero contra os
homens.
III. MULHER VIRTUOSA: SÍMBOLO BÍBLICO DE FEMINILIDADE
1. Modelo de esposa
fiel. A mulher virtuosa é de inestimável valor (Pv 31.10). Por isso, a Bíblia declara que “o coração do seu marido está nela confiado” (Pv 31.11a) e revela
total confiança do esposo na sua mulher. Assim, a conduta dessa esposa é ilibada em todas as áreas, tais como: lealdade conjugal, pureza sexual,
administração do lar e das finanças. Além disso, o
excelente gerenciamento dessa mulher não coloca a família em necessidade. Por
isso, nessa casa “nenhuma
fazenda faltará” (Pv 31.11b) e ao marido “ela lhe faz bem e
não mal, todos os dias da sua vida” (Pv 31.12). Ela lhe proporciona contínuo
bem-estar, é uma mulher confiável e não é instável. Suas ações inspiram a indispensável confiança que faz de seu marido um homem bem-sucedido (Pv 31.23).
2. Padrão de mãe
amorosa. A mulher virtuosa é também uma mãe dedicada: “se levanta e dá mantimento à sua casa” (Pv 31.15a). Ela acorda quando ainda está escuro e
providencia a refeição para a família. Pelo bem-estar de seu marido e filhos,
ela gerencia as diversas tarefas do lar (Pv 31.15b). Ela é uma mãe protetora, seus filhos estão adequadamente vestidos tanto no
calor como no frio: “não receia a
neve por seus familiares, pois todos eles vestem agasalhos” (Pv 31.21 — NVI). Essa mãe
virtuosa educa sua prole com sabedoria e bondade (Pv 31.26). Antecipa-se as
dificuldades domésticas e “não come o pão da preguiça” (Pv
31.27). Os filhos reconhecem seu incalculável valor, a elogiam, agradecem e
retribuem o amor recebido dessa ditosa mãe (Pv 31.28a).
3. Exemplo de
administradora e empreendedora. A mulher virtuosa é uma notável administradora. Como empreendedora adquire tecidos,
confecciona roupas, lençóis e colchas de boa qualidade (Pv 31.15,22). Negocia
bens importados e de elevado padrão para a sua casa (Pv 31.14). Compra
propriedades e gerencia negócios
lucrativos (Pv 31.16). Administra a produção e as vendas de seu empreendimento
(Pv 31.18,24). Generosa e sensível, ajuda aos pobres e necessitados (Pv 31.20).
Cheia de energia e de bom caráter é autoconfiante em
relação ao futuro (Pv 31.25). Essa esposa, mãe e empreendedora é louvada por sua família (Pv 31.28,29). O seu valor imensurável não
reside na aparência física, mas em um coração temente a Deus (Pv 31.30). O
exemplo e as virtudes dessa mulher serão publicamente reconhecidos (Pv 31.31).
CONCLUSÃO
A Bíblia revela que
homens e mulheres se complementam (Gn 2.24). Dessa forma, marido e esposa são
iguais como pessoas, mas diferentes nas funções divinamente estabelecidas.
Dentre outros papéis, Deus confiou às mulheres a dádiva
da maternidade e a tarefa de ser auxiliadora. Essas características enobrecem e
não estigmatizam as mulheres. Contudo, a desconstrução da feminilidade as
coloca em rota de colisão com a vontade divina. Por isso, a mulher cristã é
instruída a honrar a sua feminilidade e assim glorificar a Deus em sua
soberania (Lc 1.38,46-48).