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Ministração 7. A desconstrução da feminilidade bíblica

TEXTO CENTRAL

 

Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.” (Pv 31.30).

 

PRÁTICA PARA A VIDA

 

A mulher foi criada para cooperar com o homem. Deus lhe confiou a dádiva da maternidade e função de ser esposa e auxiliadora.

  

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Provérbios 31.10-31.

10 Mulher virtuosa, quem a achará? o seu valor muito excede o de rubins.

11 O coração do seu marido está nela confiado, e a ela nenhuma fazenda faltará.

12 Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida.

13 Busca lã e linho e trabalha de boa vontade com as suas mãos.

14 — É como o navio mercante: de longe traz o seu pão.

15 Ainda de noite, se levanta e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas.

16 Examina uma herdade e adquire-a; planta uma vinha com o fruto de suas mãos.

17 Cinge os lombos de força e fortalece os braços.

18 Prova e vê que é boa sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga de noite.

19 Estende as mãos ao fuso, e as palmas das suas mãos pegam na roca.

20 Abre a mão ao aflito; e ao necessitado estende as mãos.

21 Não temerá, por causa da neve, porque toda a sua casa anda forrada de roupa dobrada.

22 Faz para si tapeçaria; de linho fino e de púrpura é a sua veste.

23 Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta com os anciãos da terra.

24 Faz panos de linho fino, e vende-os, e dá cintas aos mercadores.

25 A força e a glória são as suas vestes, e ri-se do dia futuro.

26 Abre a boca com sabedoria, e a lei da beneficência está na sua língua.

27 Olha pelo governo de sua casa e não come o pão da preguiça.

28 Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem-aventurada; como também seu marido, que a louva, dizendo:

29 Muitas filhas agiram virtuosamente, mas tu a todas és superior.

30 Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.

31 Dai-lhe do fruto das suas mãos, e louvem-na nas portas as suas obras.

  

INTRODUÇÃO

 

As Escrituras apresentam a mulher virtuosa como símbolo da feminilidade (Pv 31.10-31). Essa mulher é retratada como modelo de esposa fiel, mãe amorosa, administradora e empreendedora exemplar. Porém, em tempos pós-modernos, a feminilidade bíblica vem sendo desconstruída. Nesta lição, apresentamos o mandado divino para a mulher, as investidas do ativismo feminista e o exemplo bíblico de feminilidade. Assim, o nosso propósito é mostrar que Deus requer da mulher cristã que se porte conforme a revelação da Palavra de Deus.


 

I. FEMINILIDADE BÍBLICA

 

1. A criação divina da mulher. O homem e a mulher foram criados à imagem de Deus (Gn 1.27). Na ordem da Criação, Adão foi criado antes de Eva (Gn 2.7,15). Em seguida, o Criador concluiu: não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18). Assim, Deus criou a mulher a partir da carne e dos ossos do homem (Gn 2.21,22). Por isso, Adão a identificou: esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gn 2.23). No ato criativo, a imagem divina foi distribuída sem distinção entre eles, fazendo-os iguais diante do Altíssimo. Adão e Eva foram criados iguais em pessoalidade, valor, honra e respeito. Porém, essa igualdade não quer dizer uniformidade de papéis (Gn 1.26-28; 3.16-19). A Bíblia ensina a igualdade de ambos, mas também deixa claro as funções distintas de cada um.

2. A bênção da maternidade. No mandato criacional, Deus ordenou ao homem e à mulher: frutificai, multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.28). Obviamente, uma tarefa impossível para Adão realizar sozinho. Assim, a mulher foi criada com a bênção da maternidade e com a função de ser esposa e mãe. Adão a chamou de Eva porquanto ela era a mãe de todos os viventes” (Gn 3.20). Desse modo, o papel natural da mulher inclui a dádiva da procriação, de cuidadora do lar e dos filhos (1Tm 5.14). Aqui, porém, é importante ressaltar que esse papel da mulher, constituído pela biologia e, consequentemente, reafirmado pela Bíblia, é o ponto sensível em que as feministas consideram um ultraje que limita a função social da mulher e que, por isso, lutam por emancipação dos afazeres do lar e da maternidade. Contudo, diante da miraculosa concepção em seu ventre, Maria irrompeu em cânticos de gratidão ao Altíssimo pela bênção da maternidade (Lc 1.46-48). Essa bênção deve ser rememorada sempre às mulheres cristãs do século XXI.

3. A mulher como auxiliadora. A mulher foi criada para ser auxiliadora do homem (1Co 11.9). Nesse caso, o termo auxiliador” também é empregado para se referir a Deus (Sl 33.20; Sl 121.2). Portanto, auxiliar não é algo depreciativo e sim uma nobre função de ajuda e socorro. Nesse aspecto, a Bíblia enfatiza que Deus criou a mulher para ser uma ajudadora idônea (Gn 2.18). Isso foi assim porque Adão convivia com todos os seres criados, mas não achava auxiliar semelhante a ele, capaz de suprir essa necessidade. Então, por esse motivo, Deus fez a mulher para cooperar com o homem, não como alguém inferior, mas como complemento com suas igualdades e diferenças. Essa complementaridade mútua é necessária à formação do casal, à procriação, satisfação sexual, vivência afetuosa e prazerosa para cumprir a vontade de Deus (Pv 5.18).


 

II. A DESCONSTRUÇÃO DA FEMINILIDADE

 

1. O ativismo feminista. No século 19, aconteceu na Europa e nos EUA a primeira onda do ativismo feminista. As mulheres reivindicavam direitos iguais aos dos homens. O primeiro a se popularizar foi o direito ao voto. No século 20, a segunda onda do feminismo lutou por direitos reprodutivos e liberdade sexual. A ativista Simone de Beauvoir (1908-1986) estabelece uma das máximas do feminismo: não se nasce mulher, se torna mulher”. Esse ativismo avança, se amplia para a discussão de gênero e o movimento toma conotações de empoderamento” da mulher. Em 2011, a partir de um fenômeno na Universidade de Toronto, no Canadá, se introduz o slogan meu corpo, minhas regras”. Como cristãos, devemos afirmar e defender os direitos das mulheres, bem como combater qualquer tipo de discriminação. Porém, ao mesmo tempo, devemos deixar claro que o feminismo é uma ideologia que busca desconstruir os valores bíblicos.

2. A liberdade sexual”. A Bíblia se refere ao sexo como algo prazeroso entre o homem e sua mulher nos limites do casamento (Pv 5.18,19). A satisfação sexual deve ocorrer dentro do matrimônio e ser precedida de amor mútuo entre ambos (1Co 7.3-5). Entretanto, para o feminismo esse modelo é repressivo e deve ser combatido em busca de libertação” sexual da mulher. Na defesa dessa ideologia, requer que nenhum modo de relação sexual deve ser considerado certo ou errado. Aqui, inclui-se a iniciação sexual precoce, a prática da homossexualidade, a fornicação, o adultério e a prostituição (1Co 6.10). Nessa esteira, temas como o aborto, a gravidez indesejada e a desconstrução da família são radicalizadas pelo ativismo ideológico do movimento.

3. Ataques à família tradicional. A Escritura ensina que o casamento é monogâmico, heterossexual e indissolúvel (Mt 19.5,6), tendo o homem como líder da família (Ef 5.23). Porém, para a ideologia do ativismo feminista, essa forma bíblica de matrimônio escraviza a mulher, obriga o casal a ter relações sexuais apenas com o seu cônjuge e tiraniza os laços conjugais que não podem ser rompidos. Nesse sentido, a visão marxista é de desconstrução da família tradicional, promoção da liberdade sexual e dissolução do matrimônio. Esse conceito exerce forte influência no movimento feminista. Desse modo, o ativismo radical rejeita a maternidade, faz apologia ao aborto, considera ofensivo o papel da mulher como auxiliadora, enaltece a lascívia e engaja-se em uma luta de gênero contra os homens.


 

III. MULHER VIRTUOSA: SÍMBOLO BÍBLICO DE FEMINILIDADE

 

1. Modelo de esposa fiel. A mulher virtuosa é de inestimável valor (Pv 31.10). Por isso, a Bíblia declara que o coração do seu marido está nela confiado” (Pv 31.11a) e revela total confiança do esposo na sua mulher. Assim, a conduta dessa esposa é ilibada em todas as áreas, tais como: lealdade conjugal, pureza sexual, administração do lar e das finanças. Além disso, o excelente gerenciamento dessa mulher não coloca a família em necessidade. Por isso, nessa casa nenhuma fazenda faltará” (Pv 31.11b) e ao marido ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida” (Pv 31.12). Ela lhe proporciona contínuo bem-estar, é uma mulher confiável e não é instável. Suas ações inspiram a indispensável confiança que faz de seu marido um homem bem-sucedido (Pv 31.23).

2. Padrão de mãe amorosa. A mulher virtuosa é também uma mãe dedicada: se levanta e dá mantimento à sua casa” (Pv 31.15a). Ela acorda quando ainda está escuro e providencia a refeição para a família. Pelo bem-estar de seu marido e filhos, ela gerencia as diversas tarefas do lar (Pv 31.15b). Ela é uma mãe protetora, seus filhos estão adequadamente vestidos tanto no calor como no frio: não receia a neve por seus familiares, pois todos eles vestem agasalhos” (Pv 31.21 NVI). Essa mãe virtuosa educa sua prole com sabedoria e bondade (Pv 31.26). Antecipa-se as dificuldades domésticas e o come o pão da preguiça” (Pv 31.27). Os filhos reconhecem seu incalculável valor, a elogiam, agradecem e retribuem o amor recebido dessa ditosa mãe (Pv 31.28a).

3. Exemplo de administradora e empreendedora. A mulher virtuosa é uma notável administradora. Como empreendedora adquire tecidos, confecciona roupas, lençóis e colchas de boa qualidade (Pv 31.15,22). Negocia bens importados e de elevado padrão para a sua casa (Pv 31.14). Compra propriedades e gerencia negócios lucrativos (Pv 31.16). Administra a produção e as vendas de seu empreendimento (Pv 31.18,24). Generosa e sensível, ajuda aos pobres e necessitados (Pv 31.20). Cheia de energia e de bom caráter é autoconfiante em relação ao futuro (Pv 31.25). Essa esposa, mãe e empreendedora é louvada por sua família (Pv 31.28,29). O seu valor imensurável não reside na aparência física, mas em um coração temente a Deus (Pv 31.30). O exemplo e as virtudes dessa mulher serão publicamente reconhecidos (Pv 31.31).


 

CONCLUSÃO

 

A Bíblia revela que homens e mulheres se complementam (Gn 2.24). Dessa forma, marido e esposa são iguais como pessoas, mas diferentes nas funções divinamente estabelecidas. Dentre outros papéis, Deus confiou às mulheres a dádiva da maternidade e a tarefa de ser auxiliadora. Essas características enobrecem e não estigmatizam as mulheres. Contudo, a desconstrução da feminilidade as coloca em rota de colisão com a vontade divina. Por isso, a mulher cristã é instruída a honrar a sua feminilidade e assim glorificar a Deus em sua soberania (Lc 1.38,46-48).