TEXTO CENTRAL
“Agora,
pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as suas obras são verdades; e
os seus caminhos, juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba.” (Dn 4.37).
PRÁTICAS PARA A VIDA
Nunca devemos nos orgulhar de nossas
capacidades e realizações, pois em tudo dependemos da graça de Deus.
OBJETIVOS
•
APRESENTAR
o edito do rei e o relato do seu sonho;
•
APRENDER com a
conduta de Daniel na interpretação do sonho;
•
COMPREENDER
como se deu o cumprimento do sonho e a restauração de Nabucodonosor.
TEXTO BÍBLICO
Daniel 4.1-6.
1 — Nabucodonosor, rei, a todos os povos, nações e
línguas que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada!
2 — Pareceu-me
bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito
para comigo.
3 — Quão grandes são os seus sinais, e quão
poderosas, as suas maravilhas! O seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio, de geração
em geração.
4 — Eu,
Nabucodonosor, estava sossegado em minha casa e florescente no meu palácio.
5 — Tive
um sonho, que me espantou; e as imaginações na minha cama e as visões da minha
cabeça me turbaram.
6 — Por
mim, pois, se fez um decreto, pelo qual fossem introduzidos à minha presença
todos os sábios de Babilônia,
para que me fizessem saber a interpretação do sonho.
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje, iremos explorar o quarto capítulo
do livro de Daniel, que apresenta um impactante testemunho pessoal do rei
Nabucodonosor. Neste relato, testemunhamos como sua soberba o levou, por divina
sentença, a uma condição de insanidade, fazendo-o viver como um animal selvagem
por um período conhecido como “sete
tempos”, até que Deus o redimiu dessa situação. Ao fim desse
período, Nabucodonosor experimentou uma profunda transformação, reconhecendo a
soberania do Deus Altíssimo.
I. O EDITO E O SONHO DO REI
1. O edito real. O quarto capítulo do Livro de
Daniel começa com um edito de Nabucodonosor, uma espécie de pronunciamento oficial para conhecimento
de todos. Nele, o rei declara a grandeza de Deus (4.3). Contudo, como veremos,
o reconhecimento da grandiosidade de Deus pelo rei se deu somente depois da
experiência dramática que ele narra a seguir (4.37).
2. A satisfação momentânea do rei e o seu sonho. O rei estava
satisfeito e próspero
em seu palácio (4.4). Com suas conquistas, ele havia estendido o domínio do seu
vasto império, alcançando
grande sucesso. Nabucodonosor desfrutava de riqueza e fama. Sua cidade, Babilônia,
era um esplendor e ele se sentia sossegado. No entanto, a paz e a satisfação do
rei foram abruptamente interrompidas por um sonho perturbador. Convocados para
darem a interpretação do sonho, mais uma vez os sábios da corte não são capazes
de desvendar o seu sentido (vv.6,7). O rei, então, manda chamar novamente
Daniel. O monarca sabia que Daniel era diferente, em quem habitava o espírito
de um ser divino (vv.8,9). Diante das dificuldades, os descrentes buscam o
socorro daqueles que dão testemunho de Deus.
3. A descrição do sonho. Ao narrar o sonho, o
rei diz ter visto uma árvore frondosa, que crescia cada vez mais até sua copa chegar ao céu. Suas folhas eram belas e muitos eram os seus
frutos. Os animais do campo se abrigavam debaixo dela e os pássaros faziam
ninhos em seus ramos (vv.10-12). No sonho surge uma sentinela, um anjo que
descia do céu que
dava ordem para que a árvore fosse derrubada, deixando somente o toco e suas raízes,
presos com ferro e bronze. Ele deveria ser molhado como orvalho do céu, e viveria com os animais selvagens. Durante
sete tempos, teria a mente de um animal selvagem em vez de mente humana (vv.15-17).
II. DANIEL INTERPRETA O SONHO
E ACONSELHA O REI
1. Agindo com prudência. Depois de ouvir o
relato do sonho, Daniel ficou bastante estarrecido durante certo tempo (v.19),
de sorte que até mesmo o
rei tentou tranquilizá-lo. Daniel, porém,
sabia do significado do sonho, e possivelmente estava preocupado em como
declarar a interpretação ao rei. Mesmo para comunicar a verdade, é preciso ter prudência, e saber a forma adequada
de se expressar.
2. A interpretação do sonho. Agindo com coragem
e cautela, Daniel passou a contar ao rei a interpretação do sonho:
a) A árvore majestosa (vv.11,12). A árvore
simbolizava a formosura, a grandeza, o poder e a riqueza do reino de
Nabucodonosor. Realmente, este rei que governou a Babilônia no período de 605 a
562 a.C. foi um dos mais poderosos da história da Mesopotâmia. Daniel foi enfático ao
dizer que a árvore era o próprio rei: “És tu, ó rei” (v.22).
b) O juízo divino. O semblante do rei deve ter
caído ao ouvir o restante da interpretação. O seu reino estava com os dias
contados. Isso porque, a árvore deveria ser cortada, deixando somente o tronco
com as suas raízes, presas com ferro e bronze. O verso 15 mostra que a intenção
não era a destruição completa de Nabucodonosor, e sim dar-lhe a oportunidade de
se converter e reconhecer que o céu reina
(v.26).
c) Vivendo entre os animais. Daniel diz, ainda,
que o entendimento do rei seria afetado, passando a viver e a comer entre os
animais, durante sete tempos. Isso indicava a perda do discernimento mental,
por algum tipo de insanidade.
3. O conselho de Daniel. Percebemos que Daniel
não se limitou a explicar o sentido do sonho. Ele também aconselhou o rei a deixar a sua soberba e a
renunciar aos seus pecados (v.27). Isso envolvia a prática da justiça e o
abandono da iniquidade, usando de misericórdia com os pobres. Isso mostra que a
disciplina sobre o imperador também se
devia à sua negligência
e falta de misericórdia
com os menos afortunados. O Senhor considerou essas falhas tão graves que o rei
teria de passar por um período de disciplina, comendo com os animais do campo.
Daniel era um conselheiro de valor e não estava preocupado em satisfazer o rei
para manter o seu cargo na corte, razão pela qual admoestou Nabucodonosor sobre
seus vícios de caráter.
III. O CUMPRIMENTO DA
PROFECIA E A RESTAURAÇÃO
DO REI
1. Deus abate o orgulho. Doze meses após o sonho, ele cumpriu-se cabalmente sobre a
vida de Nabucodonosor (4.29). Quando o rei se vangloriava (4.39), uma voz do céu declarou-lhe o destino, sendo expulso da
companhia humana e passando o rei a viver como animal. Teve um surto que
retirou a sua sanidade mental. Deus estava mostrando quem era o verdadeiro
soberano, e que ele resiste aos soberbos. No capítulo 5, Daniel declara que “quando
o seu coração se exaltou, e o seu
espírito se endureceu em soberba, foi derrubado do seu trono
real, e passou dele a sua glória”
(5.20).
Reiteradamente a Bíblia adverte sobre os
perigos da soberba e do orgulho prepotente (Pv 16.5,18; Tg 4.6). Jesus afirmou
que qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo
se humilhar será exaltado (Lc 14.10,11). Portanto, é melhor se humilhar, para ser exaltado por Deus,
do que se exaltar, e ser humilhado por ele.
2. O rei reconhece a grandeza de Deus. Tudo
isso sobreveio sobre Nabucodonosor para que ele reconhecesse o poder do Altíssimo.
Embora fosse chamado pelo profeta Jeremias de “servo” do Senhor (Jr 26.9), no sentido de ter sido o
instrumento divino para punir Israel, o rei babilônio não assumiu uma posição de humildade perante
Deus. Ocorre que o ímpio precisa ser confrontado pela Palavra de Deus e saber
que se encontra perdido. Muito diferente de algumas pregações de hoje, a
mensagem de Deus para o rei não buscou inflar o seu ego, mas mostrar o seu
estado, para que pudesse se arrepender. E assim aconteceu. Passados os dias
conforme a revelação, a consciência de Nabucodonosor retornou, recobrando o juízo.
Ele glorificou ao Senhor e reconheceu o seu poder eterno (4.34).
A restauração do rei da Babilônia mostra que o
evangelho tem poder e é capaz
de transformar a vida de qualquer pessoa. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele
que crê (Rm 1.16).
3. Pregando para todas as pessoas. A postura de
Daniel ao transmitir integralmente a mensagem divina ao rei, nos ensina sobre a
necessidade de pregarmos para todas as pessoas, sem medo (Mc 16.15). Na
universidade, no trabalho ou em qualquer lugar, fale de Jesus e do plano da
salvação indistintamente. Anuncie o evangelho aos pobres e ricos, e não tenha
receio de testemunhar para as autoridades. Daniel não desistiu de
Nabucodonosor, e não se deixou levar pelo histórico. Ele sabia que quem transforma é Deus.
CONCLUSÃO
A história pessoal de Nabucodonosor nos oferece uma
poderosa lição sobre as consequências da arrogância e da exaltação diante da
majestade do Todo-Poderoso. Ela destaca a suprema soberania divina sobre toda a
criação, lembrando-nos de que nenhuma criatura pode rivalizar com a glória de Deus. O episódio ilustra a capacidade da misericórdia e da justiça divinas de redimir o ser
humano arrependido, revelando a esperança de transformação e restauração para qualquer pessoa.