TEXTO CENTRAL
“E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o
vinho que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não
se contaminar.” (Dn 1.8).
PRÁTICAS PARA A VIDA
A fidelidade a Deus implica em força de
caráter e conduta íntegra para preservar os valores da vida cristã.
OBJETIVOS
•
ANALISAR a
decisão de Daniel de não participar do banquete do rei;
•
REFLETIR sobre o firme propósito de Daniel de não se contaminar;
•
MOSTRAR o resultado da fidelidade a Deus.
TEXTO BÍBLICO
Daniel 1.11-16.
11 — Então, disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos
eunucos havia constituído sobre Daniel, Hananias,
Misael e Azarias:
12 — Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, fazendo que se nos deem
legumes a comer e água a beber.
13 — Então, se veja diante de ti a nossa aparência e a aparência dos jovens que comem
a porção do manjar do rei, e, conforme vires, te hajas com os teus servos.
14 — E ele conveio nisso e os
experimentou dez dias.
15 — E, ao fim dos dez dias,
pareceram os seus semblantes melhores; eles estavam mais gordos do que todos os
jovens que comiam porção do manjar do rei.
16 — Desta sorte, o despenseiro
tirou a porção do manjar deles e o vinho que deviam beber e lhes dava legumes.
INTRODUÇÃO
Um dos segredos da vida vitoriosa de Daniel foi sua
firmeza de caráter. Desde o início ele expressou profunda convicção em Deus e força de vontade para resistir à contaminação na
Babilônia. Tendo como referência o episódio no qual o jovem hebreu se recusou a partilhar das
finas iguarias do rei, nesta lição aprenderemos que pequenos gestos podem
resultar em grandes vitórias.
I. O BANQUETE DO REI
1. A
oferta do manjar. Durante o período de treinamento para o serviço da corte, os jovens cativos estariam submetidos a uma
dieta diária específica (Dn 1.5). Eles deveriam se
alimentar da mesma refeição que era servida ao rei. Para o senso natural isso
seria uma grande oportunidade. O simples fato de não precisarem fazer a própria comida já seria uma boa notícia, não é mesmo? Além disso, eles teriam o privilégio de desfrutar dos banquetes reais e da melhor comida e
bebida servidas no palácio. Poderia parecer para alguns a
chance perfeita de adquirir status. Daniel, porém, era um jovem espiritual, e seu coração não estava na satisfação momentânea. Seu propósito não era agradar o rei da Babilônia, mas o Rei do Universo.
2. Uma decisão
firme. O texto bíblico ressalta que Daniel propôs em seu coração não se contaminar com as finas iguarias
do rei, nem com o vinho que ele bebia, pedindo que ele e seus amigos fossem
dispensados (Dn 1.8). Eles se alimentariam somente de legumes. Foi uma decisão
convicta e com firmeza. Antes de dizerem “não” ao rei, os quatro rapazes haviam dito “sim” a Deus. Antes de expressar em palavras o que queriam,
eles estavam preparados para se absterem da contaminação. Foi a manifestação de
uma fé firme e sincera (1Pe 3.16; 5.9; 2Tm
1.5). A recusa em participar dos manjares foi um ato de bravura prudente. A
vida deles estava em perigo, mas, mesmo assim, manifestaram o protesto. Uma fé verdadeira não compactua com a covardia (2Tm 1.7).
Infelizmente, o medo da rejeição social tem levado muitos ao fracasso
espiritual, negando a fé e os valores cristãos.
3. Uma decisão
pequena, mas poderosa. Para alguns, aceitar uma simples refeição ou um pequeno
convite não faz qualquer diferença. Eles poderiam pensar em ter feito
somente essa concessão, acreditando - como muitos - que não haveria maiores
repercussões na vida: “Não tem problema fazer só isso”. Talvez, eles estivessem sendo
exagerados com a decisão, muitos poderiam dizer. Contudo, eles sabiam que
pequenas decisões provocam grandes consequências (Gl 6.7). Tinham consciência que ceder um pouco seria abrir a porta para o pecado
entrar.
II. O FIRME PROPÓSITO DE NÃO SE CONTAMINAR
1. Contra a contaminação. Apesar da ausência de detalhes no relato, há diversas razões para Daniel ter se recusado a comer da
mesma refeição do rei. O sentido original da palavra “contaminar” indica algo impuro ou manchado. Eles queriam se manter
puros. A primeira explicação estaria no cuidado dos jovens em não violar as
leis alimentares estabelecidas aos israelitas (Lv 11; 17.11). Os alimentos também poderiam ter sido sacrificados aos ídolos, ou de algum modo faziam parte de rituais do
paganismo babilônico, contrariando a lei mosaica (Dt 6.13-15).
2. Cuidado com
as companhias. A razão mais aceita para motivara recusa dos jovens, liderados
por Daniel, seria o cuidado para não partilhar habitualmente a mesa com o rei.
Na antiguidade, participar da mesma refeição era um ato que demonstrava comunhão, algo que Daniel não estava disposto a fazer. Sua
fidelidade era inteiramente a Deus. Uma coisa é o crente se relacionar socialmente com descrentes e
pessoas que não possuem as mesmas convicções que as suas; outra é manter comunhão. O apóstolo Paulo, igualmente, adverte sobre o cuidado que
devemos ter com quem nos associamos (1Co 5.9-11). Isso nos leva a refletir
sobre as pessoas com quem convivemos. São pessoas que nos inspiram para o bem e
querem o melhor para as nossas vidas? Ou são pessoas tóxicas cuja proximidade poderá nos destruir? Até nos relacionamentos é preciso ser firme para evitar contaminações (1Co
15.33).
3. Gentileza e
favor divino. Ao formular o pedido a Aspenaz, Daniel foi firme e ao mesmo tempo
gentil. Isso foi uma atitude de sabedoria e educação. Ao defendermos a nossa fé diante dos outros devemos ser mansos e educados (1Pe
3.15). Coragem sem prudência é tolice.Outro aspecto importante a ser observado nesse
episódio é que Deus concedeu a Daniel misericórdia (Dn 1.9). A Bíblia está mostrando, mais uma vez, que tudo o que
alcançamos na vida deve-se ao favor divino, à sua imensa graça. Apesar de todo empenho e dedicação de
Daniel, todo o mérito estava no Senhor.
III. O
RESULTADO DA FIDELIDADE A DEUS
1. A prova de Daniel. Embora fosse simpático para com os rapazes, o oficial tinha receio do
desfecho. Ele temia perder a sua vida, caso os jovens se mostrassem com aparência menos saudável ao se apresentarem diante do rei, em
comparação com os demais (1.10). Daniel propõe então um teste: durante dez dias
eles comeriam somente legumes e beberiam somente água. Ao final desse período, poderiam ser inspecionados junto
com os outros. A audaciosa prova proposta por Daniel mostra que o servo de Deus
não precisa temer os desafios do mundo. Isso não significa sair por aí querendo demonstrar superioridade, e sim, confiança no Senhor.Depois dos dez dias, os hebreus se
apresentaram com melhor semblante e mais fortes que os outros jovens que comiam
do manjar do rei da Babilônia (1.15). Esse é o resultado de servir e ser fiel ao Senhor. Ninguém perde coisa alguma quando se recusa a comprometer a sua
fé.
2.O Senhor
garante e aprova. Passado algum tempo, os jovens foram conduzidos diante de
Nabucodonosor (1.18-20). Depois de lhes fazer perguntas para medir o
conhecimento, descobriu que se tratavam dos jovens mais sábios do seu reino, superando a todos. Não eram somente
eruditos, mas também piedosos e tementes a Deus. Daniel, em especial,
recebeu do Senhor o dom de interpretar todo tipo de visões e sonhos (1.17).
Isso nos faz perceber que é possível conciliar conhecimento, com graça; inteligência com poder. Os quatro moços foram aprovados por Nabucodonosor, mas antes disso
foram aprovados por Deus, alcançando posição de destaque. Esse é o resultado de servir e ser fiel ao Senhor. Em uma
sociedade que gosta de fazer comparações, que mede as pessoas pelo desempenho e
coloca a todos nos mesmos moldes e padrões, devemos ter o entendimento de que
somos diferentes e nossos métodos são distintos do mundo. Vale a pena ser cristão.
Vale a pena ser puro. Vale a pena ser fiel!
3. Rejeitando as
tentações do mundo. É importante lembrar que a rejeição dos “manjares do mundo” não se limita apenas a banquetes extravagantes, mas
abrange todas as áreas da vida. Um coração incontaminável demonstra firmeza ao dizer “não” não apenas à pornografia e à fornicação, mas também à idolatria e a todas as obras da carne
(Gl 5.19-21). Num mundo de apatia e indiferença espirituais, esta postura é um lembrete constante da importância de permanecer fiel aos princípios espirituais, independentemente das tentações que
possam surgir no caminho.
CONCLUSÃO
Como manter a pureza de caráter em meio a uma sociedade corrompida? Como foi possível aprender com Daniel, a resposta a esta pergunta tem
início com uma resolução
firme que nasce no coração. A conduta íntegra simplesmente resulta desse compromisso interno com
a intenção de agradar a Deus.