TEXTO
CENTRAL
“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.” (2Tm 3.1).
PRÁTICA PARA A VIDA
Os ensinos progressistas
buscam desconstruir a fé cristã por dentro e afastar as
pessoas do verdadeiro cristianismo bíblico, tornando-as meras
militantes de causas sociais.
LEITURA
BÍBLICA
2 Timóteo 3.1-9.
1 — Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos;
2 — porque haverá homens amantes de si
mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
3 — sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os
bons,
4 — traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos
deleites do que amigos de Deus,
5 — tendo aparência de piedade, mas
negando a eficácia dela. Destes
afasta-te.
6 — Porque deste número são os
que se introduzem pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de
pecados, levadas de várias concupiscências,
7 — que aprendem sempre e
nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.
8 — E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.
9 — Não irão, porém, avante; porque a todos
será manifesto o seu desvario,
como também o foi o daqueles.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos que
os ensinos progressistas enfraquecem a autoridade da Bíblia. Suas heresias propagam que as Escrituras contêm erros, que Deus não é soberano e que o sobrenatural é um mito. São indiferentes à doutrina bíblica do pecado,
relativizam os valores morais e defendem a necessidade de “ressignificar” a fé cristã. Por conseguinte, seus
ensinos progressistas resultam na descaracterização do cristianismo bíblico. Nesta oportunidade, verificaremos alguns de seus heréticos conceitos e os meios
espirituais pelos quais a Igreja deve resistir aos seus efeitos maléficos (Jd 1.3).
I. A
DESCARACTERIZAÇÃO DO
CRISTIANISMO
1. A deterioração moral. A expressão bíblica “últimos dias” faz alusão ao período anterior à volta de Cristo, sendo retratado como um tempo “extremamente difícil” (2Tm 3.1). O apóstolo Paulo alerta que o
comportamento humano estará associado à impiedade, caracterizada pela profunda degradação moral
(2Tm 3.2-4). Por isso, a lista paulina é uma descrição da escalada dos pecados na sociedade. E o
enfraquecimento da doutrina bíblica e o relativismo, que
não aceita norma moral absoluta, instigam a má conduta da humanidade. O atual e alarmante crescimento do
pecado é uma
indicação de que já vivemos esses últimos dias. Não obstante, apesar das investidas heréticas, a Bíblia nos adverte a viver em santidade em qualquer época da jornada cristã (1Pe
1.15,23-25).
2. A erosão da ortodoxia.
O ensino progressista representa um ataque teológico à ortodoxia bíblica. Suas teses reduzem o texto bíblico a um mero registro de experiências religiosas. Desse modo, o fundamento da fé cristã é questionado, isto é, a autoridade bíblica é rejeitada e suas verdades negligenciadas; o conteúdo doutrinário
cede espaço para a cultura, o
entretenimento e ao resultado a qualquer custo; os cristãos tornam-se “mais amigos dos deleites
do que amigos de Deus” (2Tm 3.4); a vida em
igreja fica desprovida do poder do Espírito, sendo incapaz de ser
instrumento de transformação do caráter das pessoas (2Tm 3.5;
2Co 4.2,3). Portanto, não podemos negociar a verdade de que a Bíblia é a única revelação escrita de Deus, dada pelo Espírito Santo, capaz de constranger a consciência dos pecadores (2Tm 3.16,17).
3. A corrupção da fé. Com o caráter humano maculado e a corrosão da ortodoxia, promovidos
pelo progressismo no ensino, o cristianismo e a fé bíblica são descaracterizados. Não por acaso, o apóstolo Paulo acrescenta as
práticas dos falsos cristãos
(2Tm 3.2-4) à repulsiva conduta da luxúria e de várias concupiscências (2Tm 3.6). Os hereges cativam as pessoas por meio
da sedução e do engano. Escravos que são das paixões, eles acreditam que os
prazeres do corpo não podem contaminar a alma. Por isso, os pecados morais, a
libertinagem e o abuso do corpo são tolerados, tais como: a prostituição, a
ideologia de gênero, as drogas, o aborto,
o relativismo moral etc. A rebeldia e a ausência de genuína conversão os impedem de alcançar o conhecimento da verdade (2Tm 3.7). Por fim, o engano
desses mestres e seus seguidores será objeto do juízo divino (2Tm 3.8).
II. AS TEORIAS PROGRESSISTAS
1. A desconstrução da Bíblia. O ensino progressista é o desdobramento do
liberalismo teológico. Sua principal característica é o repúdio à inspiração e inerrância da Bíblia (2Tm 3.16). A ênfase do Progressismo
repousa no antropocentrismo (homem como centro). Esse ensino produz pessoas
egocêntricas e retira a convicção
do pecado (2Tm 3.2). O parâmetro progressista é de reinterpretação das Escrituras para satisfazer a concupiscência humana (2Tm 4.3). Então, propaga-se um “evangelho” em que a salvação do homem ocorre por meio de uma reforma
social com a relativização do pecado, da moral e da fé bíblica (Gl 1.7-10). Assim,
o termo “progressista” refere-se às teorias que se distanciam do cristianismo bíblico, em especial na deturpação das doutrinas e dos
valores cristãos (Fp 3.18,19; 2Pe 2.19).
2. O Teísmo aberto. Outra corrente da teologia
liberal/progressista é o ensino do teísmo aberto. Nessa
teologia, Deus é limitado, não conhece o futuro em detalhes, não exerce o
controle absoluto sobre o universo e nem sobre a vida humana. Afirma-se que o conhecimento
divino das coisas que estão por acontecer depende das ações livres dos homens.
Rejeita-se o conceito de presciência em que Deus sabe
todas as coisas antecipadamente. Nessa heresia, Deus foi surpreendido pelo
pecado no Éden e forçado a redesenhar a história (Gn 3.8-19). Essa ênfase extremada nas decisões do homem sacrifica a
soberania de Deus, e a autolimitação divina anula o que a Bíblia ensina sobre a queda e a corrupção do gênero humano, afetando assim a doutrina da providência divina e da presença do mal moral no mundo. Logo, embora seus postulantes não
reconheçam publicamente, a conclusão é bem lógica: Se Deus não é soberano, então, não faz sentido orar a Ele.
3. A Teologia da
Demitologização. Em 1958, Rudolph
Bultmann propôs um programa de
demitologização do texto bíblico. O mito é uma história de caráter religioso que não tem fundamento na realidade, e que se destina a
transmitir um conceito de fé. Para esse teólogo alemão havia mitos na Bíblia e era preciso separá-los da verdade. Nesse pensamento, o Céu e o Inferno, a tentação,
os demônios e a possessão demoníaca passam a ser vistos como mitológicos. Até a doutrina da concepção,
do nascimento virginal e a promessa da vinda de Cristo são classificados como mitologia.
Nessa teologia, a Bíblia só é crível
se dela forem extirpados os milagres, os sinais e outras revelações
sobrenaturais. Em oposição a esses disparates, ratificamos que a Bíblia é a verdade plena de Deus, atestada pelo Espírito Santo, sustentada pela história e confirmada por milhões
de pessoas alcançadas pela fé em Cristo (2Pe 1.21).
III.
REFUTANDO O ENSINO PROGRESSISTA
1. Reafirmando a
autoridade bíblica. Em refutação ao
ensino progressista é indispensável reafirmar a doutrina
da inspiração divina, verbal e plenária da inerrante Palavra
de Deus (2Tm 3.16,17) e validar o princípio de Sola Scriptura
instituído na Reforma, que
estabelece a Bíblia como a única regra infalível e autoridade final de fé e prática.
Nessa direção, Lutero advertia sobre
a necessidade de distinguir entre o que foi entregue por Deus nos textos
sagrados e o que foi inventado pelos homens no contexto da pesada tradição
romana na Idade Média. Armínio, por sua vez, alertava
que a perfeição das Escrituras é solapada quando sua verdade é negada ou reinterpretada.
Desse modo, a autoridade bíblica é ratificada quando se
oferece resistência à presunção
das ideologias humanas em acrescentar ou retirar alguma coisa das Escrituras
(Ap 22.18,19).
2. Ensinando as doutrinas
bíblicas. A Grande Comissão
confiada à igreja consiste em fazer e
ensinar discípulos (Mt 28.19,20).
Compreende uma ordenança proclamadora e um
mandato educacional. A incumbência
é tanto
de formação quanto de transformação de indivíduos. É responsabilidade da Igreja evangelizar o mundo e
ensinar as doutrinas bíblicas (2Tm 4.2). Em vista
disso, Paulo exorta a necessária dedicação ao ensino (Rm 12.7). A atividade é essencial para instruir,
expor e corrigir o erro (2Tm 3.16). Essa atuação é primordial na transformação
da velha natureza (Ef 4.22-24), formação do caráter cristão (Ef 4.13), resultando no genuíno crescimento de uma igreja espiritualmente saudável e doutrinariamente bíblica (Ef 4.16).
2. Ensinando as doutrinas
bíblicas. A Grande Comissão
confiada à igreja consiste em fazer e
ensinar discípulos (Mt 28.19,20).
Compreende uma ordenança proclamadora e um
mandato educacional. A incumbência
é tanto
de formação quanto de transformação de indivíduos. É responsabilidade da Igreja evangelizar o mundo e
ensinar as doutrinas bíblicas (2Tm 4.2). Em vista
disso, Paulo exorta a necessária dedicação ao ensino (Rm 12.7). A atividade é essencial para instruir,
expor e corrigir o erro (2Tm 3.16). Essa atuação é primordial na transformação
da velha natureza (Ef 4.22-24), formação do caráter cristão (Ef 4.13), resultando no genuíno crescimento de uma igreja espiritualmente saudável e doutrinariamente bíblica (Ef 4.16).
3. Enfatizando a santificação.
O fortalecimento da autoridade bíblica e o aprendizado das
doutrinas cristãs precisam estar atrelados a uma vida de santidade (1Pe 1.16).
O verbo santificar vem do grego hagiazõ que significa “separar, purificar, consagrar”. O adjetivo “santo” é tradução do vocábulo “hagios”. Desse modo, a santificação é a operação do Espírito Santo em manter o crente separado do pecado e
consagrado a Deus (Rm 12.1,2). É a continuação da obra iniciada na regeneração (Ef 1.13), quando o
salvo recebe novidade de vida (2Co 5.17) e se estende até o dia da glorificação do
crente (Rm 6.22). A ênfase
está na obediência à Palavra de Deus (Tg 1.22), no abandono das concupiscências (1Pe 1.13,14) e numa vida de retidão moral em toda
a maneira de viver (1Pe 1.15).
CONCLUSÃO
As Escrituras advertem que
a conduta humana dos “últimos dias” é de
repulsiva descaracterização da fé. A heresia progressista critica as Escrituras, promove o
enfraquecimento da ortodoxia, instiga a frouxidão moral e afasta as pessoas do verdadeiro
cristianismo. Contudo, a postura da Igreja não deve ser de inércia, mas de resistência a iniquidade. A defesa da fé ocorre quando os valores
imutáveis e atemporais da Bíblia são exercitados pelo poder
de Deus na vida diária do crente salvo (1Co
2.4,5).