PEQUENOS GRUPOS | Unidos pela Fé em Cristo Jesus  
     
 
 
Ministração 11. Sendo cautelosos nas opiniões


TEXTO BÁSICO
“Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso” (Lc 6.36).

 
PRÁTICA DOS PEQUENOS GRUPOS
Quando julgamos as pessoas, nos colocamos em uma posição que não compete a nós, seres imperfeitos e falhos.

 
LEITURA BÍBLICA
Mateus 7.1-6.

1  — Não julgueis, para que não sejais julgados,

2  — porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.

3  — E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu olho?

4  — Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?

5  — Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.

6  — Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas; para que não as pisem e, voltando-se, vos despedacem.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos que no Sermão do Monte, Jesus ensinou a respeito do julgamento do próximo. O Mestre foi bem enfático ao declarar: “Não julgueis, e não sereis julgados” (Lc 6.37). Somente o Senhor, que é conhecedor de todas as coisas, tem autoridade para julgar suas criaturas. Deus é o justo juiz e toda avaliação pertence somente a Ele (2Tm 4.8). Por isso, o crente cheio do Espírito Santo é misericordioso, não julga os outros precipitadamente e procura viver como “sal” e “luz” do mundo.

 
I. NÃO DEVEMOS JULGAR O OUTRO

1.Aprendendo a se relacionar com os outros. A Igreja é o Corpo de Cristo, formada por santos, porém humanos, imperfeitos e com dificuldades nos relacionamentos, por isso estamos sujeitos a enfrentar contendas e disputas (1Co 1.11,12). Tal verdade nos mostra que Jesus não espera do crente perfeição. Contudo, Ele exige que os súditos do seu Reino sejam éticos e misericordiosos: “Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso” (Lc 6.36). O Sermão do Monte é o código de ética dos servos de Deus, mostrando como devemos agir ou nos comportar diante de uma ação errada do nosso irmão.

2.           Ninguém deve ser julgado? Será que o crente não pode emitir nenhum tipo de julgamento, parecer ou opinião? Se fosse assim, nosso Senhor contrariaria seu próprio ensino presente no texto, pois nos alertou que devemos atentar para algumas pessoas que procedem como cães e porcos (Mt 7.6), além de Ele mesmo julgar o procedimento hipócrita de escribas e fariseus (Mt 5.20; 6.2,5,16), e Paulo fazer julgamento dos cristãos de Corinto e de outras igrejas (1Co 5.12; 1Ts 2.14,15; 1Jo 4.1). Essas passagens bíblicas mostram que o julgamento envolvendo uma pessoa não pode ser desprezado, porém, é preciso ter em mente que não somos Jesus, o qual tinha conhecimento pleno da natureza humana (Jo 2.24,25).

3.           O julgamento defendido por Jesus. Quando Jesus disse: “Não julgueis”, Ele usou o verbo krinô, que no grego significa decidir, escolher, aprovar, estimar e preferir. Ele queria ensinar que não podemos julgar alguém tão somente baseado em nossas observações ou pela aparência pessoal. O próprio Senhor Jesus foi julgado pelos escribas e fariseus por comer com pecadores (Lc 5.30). Eles estavam errados porque a missão de Jesus era chamar os pecadores ao arrependimento (Lc 5.32).

As Escrituras Sagradas nos ensinam a não julgarmos como também não admitir falso rumor e a testemunhar falsamente contra alguém (Êx 23.1).

 
SINOPSE I

No Sermão do Monte Jesus deixa claro que não devemos julgar o outro.

 
II. DEVEMOS PRIMEIRAMENTE OLHAR PARA NÓS MESMOS

1.Cuidado com o juízo exagerado sobre os outros. Pessoas que emitem juízos impensados e infundados a respeito de outros, podem estar tentando esconder seus próprios erros. Podemos ver que tal fato na vida do rei Davi quando cometeu um adultério e um homicídio. Para mostrar a Davi as suas iniquidades, o profeta Natã contou a história de um viajante que matou a única ovelha de um homem pobre (2Sm 12.1-7). Sem analisar bem a história e estando com sua consciência cauterizada pelo pecado, Davi prontamente declarou a sua sentença: “[…] digno de morte é o homem que fez isso” (2Sm 12.5). Foi fácil para Davi enxergar o pecado do outro e considerá-lo horrível, mas ele não pensou no seu, ou seja, não reparou a trave que estava nos seus olhos (Mt 7.3). Muitas vezes, de modo errôneo, procuramos falhas nos outros e os sentenciamos, mas ignoramos ou fazemos vista grossa em relação às nossas próprias falhas, que, por vezes, são mais graves do que as que outra pessoa está cometendo.

2.           A inconsistência dos que possuem espírito de crítica. Aqueles que possuem o espírito mórbido da crítica irão incorrer em graves consequências, é o que Jesus ensina em Mateus 7.2. Para os críticos que não conseguem ver as manchas corrosivas em suas vidas, Jesus disse: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (Jo 8.7). Os escribas e fariseus eram peritos em julgar os outros, eram autoconfiantes e justos aos seus próprios olhos (Lc 18.9). Por isso, foram duramente repreendidos pelo Senhor Jesus. Somente o Espírito Santo pode transformar o nosso homem interior, afastando de nós todo desejo de julgamento ou crítica. Precisamos seguir a recomendação de Paulo: “Examine-se, pois o homem a si mesmo […]” (1Co 11.28).

3.           O que fazer para não julgarmos precipitadamente os outros? Primeiro é preciso ter consciência de que temos falhas e imperfeições, embora não tenhamos mais prazer no erro. Em segundo lugar, precisamos nos relacionar com as pessoas com o mesmo amor que um dia Jesus Cristo teve para conosco (Jo 3.16), pois “o amor não faz mal ao próximo” (Rm 13.10). Terceiro, não podemos nos esquecer de que fomos alcançados pela graça e precisamos tratar a todos com o mesmo favor imerecido que recebemos (Ef 2.8,9). Então, ao invés de julgar, que venhamos orar por aqueles que pecaram, pedindo ao Senhor que lhes conceda um novo recomeço, pois temos um Deus que é bom e misericordioso.

 
SINOPSE II

Antes de emitir qualquer juízo de valor a respeito do próximo, devemos, primeiramente, olhar para nós mesmos.

 
III. E SE FÔSSEMOS JULGADOS PELA SEVERIDADE DE DEUS

1.           Deus é severo? O apóstolo Paulo diz que devemos considerar a bondade e a severidade do Senhor (Rm 11.22). A bondade de Deus é revelada por intermédio da salvação em Jesus Cristo. No que tange à sua severidade, ela é empregada para com aqueles que pecam deliberadamente e não se arrependem dos seus pecados (Rm 3.23).

2.           Como Deus nos julga? O Todo-Poderoso não é um ser que está lá no céu desejando agir brutalmente, que descarrega sua ira aleatoriamente. É preciso compreender que no relacionamento com as suas criaturas, Ele age com retidão e justiça (Is 45.21; 2Tm 4.8). O crente deve ser consciente de que Deus é justo, estabeleceu um governo moral no mundo e disponibilizou suas leis para serem praticadas. Quando as leis divinas são observadas pelos seus filhos, Deus os recompensa, mas quando elas são quebradas, há consequências e sanções (Dt 7.9,12). O julgamento do Senhor não é feito pela aparência dos fatos, pois Ele conhece o mais profundo do nosso coração e intenções.

3.           O exemplo da justiça de Deus na vida de Davi. Davi era um homem segundo o coração de Deus (At 13.22), porém, ao pecar contra o Senhor e o próximo, ele experimentou a justiça divina. Embora amasse seu servo, o Todo-Poderoso não o isentou da punição. Deus é um Pai amoroso, mas também é justo e não tem por inocente o pecador: “Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem por inocente […]” (Êx 34.7). A severidade divina é para aqueles que não vivem segundo a sua Palavra, que escondem os seus pecados, mas a sua bondade e cuidado alcançam àqueles que confessam e deixam seus pecados, procurando expressar a verdadeira justiça de Cristo. Portanto, “considera, pois, a bondade e a severidade de Deus” (Rm 11.22).

 
SINOPSE III

Deus julga os seus filhos com bondade e graça. O que seria de nós se o Todo-Poderoso nos julgasse segundo a sua severidade.
 

 
CONCLUSÃO

Devemos seguir a recomendação do Mestre para não julgar precipitadamente o próximo. Não devemos tomar a posição de juiz contra ninguém e muito menos julgar uma pessoa apenas por sua aparência exterior. Quando formos fazer alguma avaliação a respeito das atitudes de alguém, devemos fazê-lo de modo criterioso, sensato e lúcido, evitando toda forma de precipitação.